Parceria entre a Academia Mineira de Letras e o Movimento Quem ama não mata, o projeto traz, até novembro deste ano, oito encontros mensais gratuitos na sede da AML, com discussões sobre a pauta feminista.

No dia 9 de março, sábado, a partir das 9h30, a Academia Mineira de Letras dá início ao Ciclo de debates intitulado “Sábado feministas”uma parceria entre a AML e o Movimento Feminista Quem Ama Não Mata (QANM). Na estreia, em celebração ao Dia Internacional da Mulher, a proposta é debater “Mulheres na Ópera: por um olhar feminino”, com a diretora cênica Julianna Santos. A palestra oferece ainda ao público apresentações musicais com árias interpretadas pelas cantoras líricas da Fundação Clóvis Salgado Tereza Cançado, Lilian Assumpção e Daiana Melo, acompanhadas pelo pianista Fred Natalino, arranjador da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.

Com entrada franca e interpretação de Libras, o encontro acontece no âmbito do Plano Anual Academia Mineira de Letras – AML (PRONAC 235925), realizado mediante a Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Unimed-BH – por meio do incentivo fiscal de mais de cinco mil e trezentos médicos cooperados e colaboradores.

Criado na década 80, o Quem Ama Não Mata promove, desde então, diversas ações como palestras, debates e passeatas com foco na pauta feminista. A 1ª edição do “Sábados feministas”, em parceria com a AML, vem como mais uma das realizações do movimento, que tem coordenação da jornalista Mirian Chrystus: “A ideia é contribuir com uma reflexão feminista sobre questões culturais ligadas à desigualdadede de gênero expressa na violência contra as mulheres, física ou simbólica”, explica.  Até novembro deste ano, o “Sábados feministas” acontece em oito encontros, sempre no segundo sábado de cada mês.

No sábado de abertura (9.03), a proposta da diretora cênica Julianna Santos é discutir sobre representatividade no mundo da Ópera. “Apesar dos avanços na sociedade, ainda é um meio majoritariamente masculino em todas as suas funções – e é preciso trazer a esse gênero artístico teatral um olhar feminino”, afirma.

Com 20 anos de trajetória, Julianna Santos já dirigiu mais de 100 óperas, entre clássicas e de vanguarda, em todos os grandes espaços teatrais do país. É a partir de sua vivência como diretora cênica de óperas que ela vai falar do lugar das mulheres no mundo artístico: “Vou trazer a especificidade desta representação da mulher, mas, principalmente, o meu olhar feminino nas óperas que já dirigi, suas grandes e marcantes personagens, o contexto original em que tiveram sua recepção”, afirma a diretora.

Entre as personagens lembradas estão “Carmen“, de Bizet, que desafiou a vontade passional de um homem, e “Alma”, de obra baseada em “Os condenados”, de Osvald de Andrade, lida na Semana de Arte Moderna de São Paulo e adaptada para a ópera por Cláudio Santoro. Também irá se deter em personagens de “Contos de Júlia”, baseada em Júlia Lopes de Almeida, escritora do século XIX, uma das primeiras jornalistas a criar um jornal feminista no país, intitulado “A mensageira”. A diretora irá enfocar ainda personagens simbolizando a escuridão feminina contra a luz masculina, com menções à “A flauta mágica”, de Mozart, e “Rosina”, de “O barbeiro de Sevilha”, de Rossini.

E por fim, Julianna Santos pretende estabelecer um diálogo dessas representações femininas com a contemporaneidade, em que a violência continua a ser, na sua opinião, o modo dominante de calar as diferenças, sendo o feminicídio o exemplo mais evidente, como explica: “Vou trazer o olhar de uma mulher do século XXI, ainda com seu medo de sair de casa e se tornar mais uma vítima de violência. Mas também com seu desejo de contribuir para que, um dia, isso não mais aconteça”, contextualiza.

Apresentação de Cantoras Líricas

E para dar voz a algumas dessas personagens, a palestra será complementada por trechos de árias interpretadas por três cantoras líricas, Tereza Cançado, Lilian Assumpção e Daiana Melo, acompanhadas pelo pianista Fred Natalino, arranjador da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.  Todos os artistas atuam na Fundação Clóvis Salgado do Palácio das Artes.

Instituto Unimed-BH

O Instituto Unimed-BH completou 20 anos em 2023. A associação sem fins lucrativos foi criada em 2003 e, desde então, desenvolve projetos socioculturais e socioambientais visando à formação da cidadania, estimulando o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentando a economia criativa, valorizando espaços públicos e o meio ambiente. Ao longo de sua história, o Instituto destinou mais de R$ 170 milhões por meio das leis de incentivo municipal e federal, fundos do idoso e da criança e do adolescente, com o apoio de mais de 5,6 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. Em 2022, mais de 9,3 mil postos de trabalho foram gerados e 1,6 milhão de pessoas foram alcançadas por meio de projetos em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.

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