A escritora e acadêmica Maria José de Queiroz, ocupante da cadeira de n° 40, completa cinco décadas na Academia Mineira de Letras e recebe homenagem especial. Para a ocasião, que acontece no dia 20 de novembro, às 20h, pesquisadores da obra da autora se reúnem na mesa “Maria José de Queiroz – 50 anos na Academia Mineira de Letras”, que conta com abertura do presidente da instituição, Rogério Tavares e saudação do escritor e acadêmico ocupante da cadeira nº 3, Angelo Oswaldo. O romance inédito Terra incógnita será lançado no evento, assim como a edição revista atualizada do livro de ensaios A literatura encarcerada, ambos pelo Caravana Grupo Editorial, de Belo Horizonte.

O evento acontece no âmbito do Plano Anual de Manutenção AML, realizado mediante a Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Unimed-BH, por meio do incentivo fiscal de mais de cinco mil médicos cooperados e colaboradores, e copatrocínio da CEMIG.

A mesa será composta por quatro jovens estudiosos da obra de Maria José de Queiroz, autora de cerca de trinta livros, incluindo ensaio, poesia, romance e conto. Cada um dos participantes apresentará um olhar sobre um título significativo da escritora: “A casa do Alferes em Joaquina, filha do Tiradentes“, com André de Souza Pinto; “Cânticos de Sião em Sob os rios que vão“, com Filipe Menezes; “Amor cruel, amor vingador: eis o enigma”, com Maria Lúcia Barbosa; “As cidades invisíveis em Como me contaram: fábulas historiais” com Maria Silvia Guimarães.

Os estudos fundamentais de Maria José de Queiroz sobre escritores que produziram sua obra na prisão, a literatura e o gozo impuro da comida, os textos sobre os escritos de exílio e sobre tantos outros temas, aliados a uma profunda reflexão sobre a liberdade, a mulher, o índio, os pobres, constituem um marco na crítica humanista do país.

 

Sobre os livros que serão lançados:

Maria José de Queiroz lança seu novo romance Terra incógnita. A história é ambientada no porto do Rio de Janeiro, onde um grande cargueiro aguarda ordem para levantar âncora e tomar o destino da Europa. A bordo, índios, negros e brancos acabam de carregá-lo com toneladas de pau-brasil, além de arcas de ouro das Minas Gerais. Um menino, fugindo de aulas enfadonhas e dos maus tratos do pai, sobe a bordo sem ser notado. Clandestino, ele se esgueira por um corredor escuro, úmido e malcheiroso. Assim começam as aventuras de Damião. Ao sabor de mil e uma peripécias e façanhas que só quem viaja, no livro e na fantasia, pode viver, ele irá inventar tantas histórias quantas as mil e uma noites podem proporcionar.

O livro A literatura encarcerada, lançado em primeira edição em 1980, ganha, em 2019, versão revista e atualizada que será lançada na homenagem da escritora Maria José de Queiroz. Seu conteúdo oferece ao leitor um dramático balanço da literatura do cárcere. Nesse sentido, uma reflexão importante pode ser  dele vislumbrada: os corpos podem ser privados da liberdade de ir e vir, mas o espírito não. As memórias, manifestos, cartas, denúncias imortalizados em documentos que os intelectuais detidos produziram são examinados pela escritora e conduzem a uma ética da insubmissão e demonstram, por mais abomináveis que tenham sido as circunstâncias enfrentadas, a verdade fundamental do “Penso, logo existo”, ou de suas variantes, “Penso, logo resisto”, ou “Penso, logo sobrevivo”.

 

Sobre a homenageada:

Aos 26 anos, Maria José de Queiroz tornou-se a mais jovem catedrática do país e, por concurso, sucedeu o professor Eduardo Frieiro na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, onde lecionou Literatura Hispano-Americana. Doutorou-se em Letras Neolatinas pela mesma instituição. Como convidada, tem uma longa carreira em importantes universidades na Europa e nos Estados Unidos: Sorbonne, Lille, Bordeaux, Aix-en-Provence, Bonn, Colônia, Indiana, Harvard e Berkeley. Em 1953 começou a colaborar em jornais de Minas Gerais e escreve para mais de uma dúzia de periódicos, inclusive o francês Le Monde. Em 1961, publicou o primeiro de seus ensaios sobre literatura e, em 1973 estreou como ficcionista. É Membro da Academia Mineira de Letras (Cadeira 40, Patrono: Visconde de Caeté, 1766-1838).

 

Sobre os participantes:

A casa do Alferes em Joaquina, filha do Tiradentes, com André de Souza Pinto: Doutorando em Letras no Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários da UFMG, Mestre em Letras: Estudos Literários e Graduado em Letras também pela UFMG. Pesquisador do Núcleo de Estudos Judaicos da UFMG.

Cânticos de Sião em Sob os rios que vão com Filipe Menezes: Doutorando em Letras: Estudos Literários no Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários na UFMG, Mestre em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro, Mestre em Letras: Estudos Literários pela UFMG e Graduado em Administração pela Universidade Federal de Juiz de Fora.  Pesquisador do Núcleo de Estudos Judaicos da UFMG.

Amor cruel, amor vingador: eis o enigma com Maria Lúcia Barbosa: Doutora em Letras: Estudos Literários pela UFMG com a tese História e Memória na ficção de Maria José de Queiroz, defendida em 2018, sob a orientação da Profa. Constância Lima Duarte. Mestre em Letras: Estudos Literários pela UFMG e graduada em Letras pelo Centro Universitário de Belo Horizonte. Pesquisadora do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Letras de Minas do CNPq.

As cidades invisíveis em Como me contaram: fábulas historiais com Maria Silvia Guimarães: Mestre em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários da UFMG, com a dissertação intitulada Tecer o visível e entretecer o invisível: As cidades invisíveis, de Italo Calvino, e Como me contaram: fábulas historiais, de Maria José de Queiroz, defendida em 2019, sob a orientação da Profa. Lyslei Nascimento.

Coordenação: Lyslei Nascimento: Doutora em Letras pela UFMG. Professora de Teoria da Literatura e Literatura Comparada na Faculdade de Letras da UFMG.

Na mesma data terá início a exposição “Maria José de Queiroz: da Biblioteca à Academia”, com duração até 27 de novembro e curadoria da professora Lyslei Nascimento. Esta exposição exibirá os livros (ensaio, romance, poesia, conto e infanto-juvenil) de autoria de Maria José de Queiroz, bem como teses, dissertações e monografias sobre sua obra e manuscritos pertencentes ao acervo da Biblioteca Rubens Costa Romanelli, da Faculdade de Letras da UFMG e a acervos pessoais da escritora e de pesquisadores de sua obra.

SERVIÇO:

Homenagem “Maria José de Queiroz – 50 anos na Academia Mineira de Letras”

Abertura: Rogério Tavares (Presidente da Academia Mineira de Letras)

Saudação: Angelo Oswaldo de Araújo Santos

Mesa coordenada pela Profa. Lyslei Nascimento:

“A casa do Alferes em Joaquina, filha do Tiradentes“, com André de Souza Pinto

“Cânticos de Sião em Sob os rios que vão“, com Filipe Menezes

Amor cruel, amor vingador: eis o enigma”, com Maria Lúcia Barbosa

“As cidades invisíveis em Como me contaram: fábulas historiais” com Maria Silvia Guimarães

Lançamento dos livros: A literatura encarcerada (ensaio) e Terra incógnita (romance), de Maria José de Queiroz, pelo Caravana Grupo Editorial.

Data: 20 de novembro

Horário: 20h

Local: Academia Mineira de Letras (rua da Bahia, 1.466, Lourdes – BH/MG).

Entrada gratuita

 

Instituto Unimed-BH

Associação sem fins lucrativos, o Instituto Unimed-BH, desde 2003, desenvolve projetos visando ampliar o acesso à cultura, estimular o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, valorizar espaços públicos e o meio ambiente. Ao longo de sua história, o Instituto destinou R$94 milhões ao setor cultural, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e da Lei Federal de Incentivo à Cultura, viabilizado pelo patrocínio de mais de cinco mil médicos cooperados e colaboradores. No último ano mais de 1,4 milhão de pessoas foram alcançadas por meio de projetos de cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura. Saiba mais em www.institutounimedbh.com.br.