Número 62-63 Ano 90 Outubro/Dezembro 2012

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Sentidas perdas para a cultura mineira

A paisagem literária de Minas se empobreceu, certamente, com o falecimento, neste semestre, de quatro eminentes intelectuais: Fernando Correia Dias, Mário Garcia de Paiva, Affonso Ávila e Autran Dourado.

Atuando em setores diversificados da literatura – ficção, poesia, pesquisa, História – todos eles se identificaram com as mais profundas e autênticas raízes mineiras, na contraditória personalidade do introspectivo cético que acreditava na liberdade e nos sonhos. Assim na vida como na obra literária, apesar dos disfarces para encobrir os próprios méritos e as mais puras inspirações.

Com pesar registramos que os dois primeiros – Fernando Correia Dias e Garcia de Paiva – não alcançaram, para a opinião pública, o justo realce que, merecidamente, cercou a atividade intelectual dos dois outros escritores mencionados.

Para tanto, teria contribuído certamente o discreto e mesmo introspectivo temperamento que tão fortemente caracteriza o homem das Gerais e que foi marca indelével dos dois.

De todos os quatro falecidos, porém, há de permanecer o exemplo de inteligência, trabalho intelectual, dedicação ao estudo, clarividência mental, lucidez interpretativa e consistente cultura humanística, ameaçada agora pela imposição da realidade tecnocrática.

Publicamos, de cada um desses escritores, textos que de qualquer forma possam retratar o autor e atrair o leitor, seguindo-se os respectivos dados biográficos, bem como textos críticos ou interpretativos sobre nossos homenageados.