APRESENTAÇÃO
Rogério Faria Tavares

presidente da academia mineira de letras

O número 83 da Revista da Academia Mineira de Letras (AML) apresenta
o dossiê sobre literatura e psicanálise “Lacan na Academia:
conversando com a literatura”, organizado por Fernanda Otoni
Brisset, Helenice de Castro, Laura Rubião e Lucíola Macêdo, da
Escola Brasileira de Psicanálise (Seção Minas Gerais) (EBP-MG), instituição
amiga e parceira da Casa de Alphonsus de Guimaraens e
de Henriqueta Lisboa há vários anos. Com a EBP-MG conduzimos
o projeto Lacan na Academia, que promove o encontro de sua vasta
audiência com escritores e obras literárias importantes, amparado pela
inteligente mediação dos profissionais a ela filiados. Com a presente
publicação, celebramos o sucesso de tal parceria, além de documentar
algumas das densas reflexões que foi capaz de levantar, ao longo do
tempo de sua realização. Que tal relacionamento tenha vida longa!
Neste mesmo volume, aparece o dossiê “14 poetas de Minas
Gerais” (organizado por Ana Elisa Ribeiro e por mim), uma criteriosa
seleção de autores fundamentais para a compreensão do fenômeno
poético nas últimas décadas, entre os mineiros. A referida coleção
de textos forma, amplia e renova a fortuna crítica a respeito dos
criadores escolhidos, além de revelar, nos nomes de quem os assinam,
indiscutíveis talentos no campo da produção ensaística mineira, funções
que a Revista da AML desempenha com empenho e gosto. Meio
para circulação e partilha do conhecimento, nosso periódico mais
que centenário também se incumbe, em todas as oportunidades, da
construção da história intelectual do estado, ciente de seu vigor e de
sua posição no panorama nacional.
Guardiã das boas tradições culturais de Minas, a revista ainda
traz, na seção “Sobre os acadêmicos”, estudos detalhados sobre dois
antigos membros da AML, cujo legado é perene: Juscelino Kubitschek
de Oliveira e Paschoal Rangel, retratados, respectivamente, por Angelo Oswaldo de Araújo Santos e José Raimundo da Costa.

No final, como é de praxe, prestamos o devido tributo a todos os que já
passaram pelas 40 cadeiras da Academia, incluindo seus patronos e
fundadores e os antigos e atuais ocupantes.
Com primorosa imagem de capa de Christiana Quady, professora
da UFMG, e orelha do presidente eleito da AML, Jacyntho Lins
Brandão, o número 83 traz, de novo, lindo poema de abertura de
Flávia de Queiroz. Fruto de esforço coletivo, ele não teria vindo à
lume sem o trabalho dedicado de Leonardo Mordente, seu preparador
de originais e revisor, e de Inês Rabelo, diretora-geral de nosso
grêmio, no comando de equipe diligente e operosa. Resultado de
sonho e “fúria fazedora”, é o quinto volume lançado em meus quatro
anos como presidente — tempo de que me lembrarei com afeto e
gratidão. Assim como os anteriores, este volume também pode ser
facilmente acessado, estejam os interessados onde estiverem, uma
vez que sua versão digital está integralmente disponível no site da
Academia na rede mundial de computadores, como deve ser.
Finalmente: se os leitores tiverem o mesmo prazer de que desfrutamos
ao editar esta revista, nossa missão estará plenamente cumprida.