A Academia Mineira de Letras dá hoje o primeiro numero de sua «Revista».
Esta publicação, cujo escopo é colaborar com efficacia no desenvolvimento das letras mineiras, tem sido retardada até o momento por causas multiplas e dificuldades inamoviveis.
Velha e justa aspiração da sociedade intelectual de que será expoente, ella aparece agora em cumprimento dos Estatutos da Academia e como affirmação da vitalidade desta.
Vencendo o indifferentismo do meio, uma das mais positivas fórmas da hostilidade, a Academia Mineira de Letras ha quinze annos vem trabalhando, na modestia do seu silencio, e hoje, felizmente, póde afirmar a sua existencia, forte pelo esforço e pela fé dos seus associados, que todos se congregam num só pensamento: a victoria da aspiração commum.
A Academia não pode fazer tudo quanto devia, é certo; conscia, porém, da sua responsabilidade, da elevada missão que lhe compete na vida espiritual de Minas, e, encorajada pela sua resistencia, da qual tira o seu prestigio, continuará a trabalhar, mais que nunca animada pela confiança na sua estabilidade e no seu futuro.
Cabe aqui, com inteira justiça, registo especial de honrosa menção a dois nomes ilustres, a cuja dedicação a Academia deve, em grande parte, a publicação desta ‹Revista»: são elles os Srs. Mario de Lima, que, como presidente da Academia nos dois ultimos annos, tudo fez para que fosse tirado o primeiro numero do orgam official da instituição, e Carlos Góes, secretario geral da penultima directoria, a quem coube a revisão do presente numero da «Revista».
Como meio coordenador de energias mentaes, como reflexo do seu esforço e da sua actividade, a Academia Mineira de Letras lança, pois, esta publicação, para a qual espera o acolhimento benevolo de quantos trabalham pela cultura intellectual e literaria do Estado de Minas Geraes.