Na tarde desta segunda-feira (19), na sede da Academia Mineira de Letras, foi realizada a sessão de apuração dos votos da eleição para a cadeira de número 10, vaga desde o falecimento do acadêmico Fábio Proença Doyle, em 19 de abril. O jornalista e escritor J.D. Vital foi eleito com 35 votos.

A cadeira nº 10 tem como patrono Claudio Manoel da Costa. Fundada por Brant Horta, também já foi ocupada pelo jornalista João Etienne Filho.

“JD Vital é um dos jornalistas mais experientes de Minas, com larga folha de serviços prestados à nossa imprensa. Sua atuação como secretário de Comunicação dos governos de Tancredo Neves e de Hélio Garcia também foi notável. Seu papel de promotor e incentivador da Cultura, ao longo dos anos em que atuou no mundo corporativo, é conhecido e respeitado por todos. E seus livros sobre a história do clero mineiro já fazem parte do melhor da nossa literatura. É uma alegria a sua chegada”, comenta o presidente da Academia, Rogério Faria Tavares.

 

Sobre o novo acadêmico J.D. Vital

J.D. Vital formou-se em Filosofia (1971) e em Comunicação Social (1974) pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH), da UFMG. Ingressou no jornalismo como “foca”, no “Diário de Minas”. Depois, trabalhou nas sucursais dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo. No rádio, foi comentarista das emissoras Antena Um e Alvorada. Na TV Manchete, apresentou o programa de entrevistas “Gente de Opinião”. Lecionou Jornalismo Impresso na Faculdade de Comunicação da PUC Minas (1974/75).

Na vida pública, chefiou a Assessoria de Imprensa e Relações Públicas dos governadores Tancredo Neves e Hélio Garcia. Voltou à iniciativa privada como gerente de Comunicação e chefe do escritório da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração – CBMM em Belo Horizonte.

Ex-seminarista, dedicou-se a livros-reportagem sobre a Igreja Católica, com destaque para “Como se faz um bispo, segundo o alto e o baixo clero” (Civilização Brasileira, 2012, 362 páginas) e “A revoada dos anjos de Minas” (Autêntica, 2016, 203 páginas), sobre o fechamento do Seminário Maior de Mariana, em 1966. “É um mistério como a Igreja faz um bispo”, disse Carlos Heitor Cony, também ex-seminarista, em conversa com o autor. Roque Camêllo, então presidente da Academia Marianense de Letras, ressaltou o trabalho de pesquisa e de entrevistas com padres e alunos do seminário naqueles tempos turbulentos pós-Concílio Vaticano II.

No jornalismo empresarial, viajou por vários continentes e lançou publicações, em formato de revista, sobre a CBMM, no Japão, na China, na Europa e nos Estados Unidos. Em 1998, publicou “O sol volta a brilhar sobre a Rússia”, com 80 páginas. Com 100 páginas, “A conquista da América” saiu em 1999.  “Viagem ao centro do mundo”, sobre o Japão, de 1995, teve 90 páginas. “De novo, o Império do Centro”, sobre a China, é de 1998 e mereceu 108 páginas.

Como colaborador, publicou reportagens especiais no jornal Estado de Minas, dentre elas, “Quem calçará as sandálias do Pescador?” (2002), sobre a sucessão do papa João Paulo II (que se transformou em livro por sugestão do embaixador José Aparecido de Oliveira) e “Dever da memória”, sobre a Semana Santa em Jerusalém no ano de 2014 e o holocausto judeu. Na revista Ecológico, publicou “Na floresta dos cedros de Deus” (2017), sobre viagem ao Líbano, e “Uma nova estrela no céu do Vaticano” (2021), sobre o cardeal negro de Washington, dom Wilton Daniel Gregory.

Para o “Jornal da Tarde”, escreveu em 1975, quando morou em Milão, na Itália, “A história de um jogador que comprou um time para continuar jogando”, sobre o polêmico ídolo do Milan, Gianni Rivera.

A convite da Academia Mineira de Letras, fez palestras sobre a China em meados de 1990, em mesa presidida por Dario de Faria Tavares; em 2017 sobre os vinte anos da morte de Dom Oscar de Oliveira, arcebispo de Mariana; e em 2020, em videoconferência, “Um repórter na encruzilhada entre Graham Greene e Papa Francisco”, sobre as hesitações de um escritor à procura de um tema.

Casado com Elmás da Silva Sírio Vital, o casal tem quatro filhos e quatro netos. Ex-presidente da Banda de Música Santa Cecília, de Barão de Cocais, onde nasceu em 1947, Vital também é membro da Academia Marianense de Letras e no discurso de posse, naquela instituição, fez o “Elogio de Dom Viçoso, o santo de Minas”.