Boa noite a todos. Sejam sempre muito bem-vindos à Casa de Alphonsus de Guimaraens, erguida por um grupo de doze intelectuais em 1909, em Juiz de Fora, como um espaço de convivência fraterna em torno das letras, das artes, da educação, da história e da memória.
Cumprimento, em especial, os acadêmicos Elizabeth Rennó, Carmen Schneider Guimarães, Yeda Prates Bernis, Benito Barreto, Amilcar Martins Filho, Caio Boschi, Angelo Oswaldo de Araujo Santos e o presidente emérito Olavo Celso Romano.
Também dirijo uma palavra de acolhimento aos familiares do acadêmico Francelino Pereira dos Santos, ocupante da cadeira de número vinte e cinco até 21 de dezembro de 2017.
Saúdo os integrantes da mesa: a presidente Elizabeth Rennó; o secretário de Estado da Cultura de Minas Gerais, confrade e fraterno amigo Angelo Oswaldo de Araujo Santos; e a Reitora da UFMG, a minha universidade, onde cursei a graduação e o mestrado, professora Sandra Regina Goulart Almeida.
Com particular entusiasmo, menciono também o já confrade Jacyntho Lins Brandão, sua mulher, a professora Magda Guadalupe, e seus familiares, sobretudo os netos, e seus amigos.
O sentimento que me move, nesse momento, é o da alegria genuína: a partir de agora, teremos, os integrantes da Academia, o privilégio de desfrutar, com mais frequência, da companhia de um intelectual de inteligência privilegiada e sólida erudição. Mais importante que isso, no entanto, será o prazer proporcionado pelo contato com um homem elegante e cordial, de trato suave, ameno e gentil, alinhado plenamente ao melhor do chamado ‘espírito acadêmico’.
O colegiado a que nessa noite Jacyntho se integra prestigia, sim, a contribuição que cada um de seus componentes é capaz de dar ao seu repertório, à sua história e à sua reputação. Mas a Academia não elege os ocupantes de suas quarenta cadeiras com base apenas na extensão da bibliografia ou no currículo de realizações dos candidatos. Ela também leva em conta– e o fez no presente caso – a capacidade e a disposição para relacionar-se, escutar e dialogar, sobretudo a partir das diferenças. Não há riqueza maior que a variedade de ideias e visões de mundo. É a partir dela que os horizontes se ampliam e as estruturas mentais se alargam. Não é frágil, pois, o argumento que mobiliza a cidadania, no Brasil de hoje, na defesa da tolerância e do inteiro respeito ao outro, no combate feroz a qualquer tipo de discriminação ou de preconceito, no elogio à pluralidade. Esse é, afinal, o caminho seguro e saudável rumo a uma sociedade mais desenvolvida e democrática, percurso do qual não se pode abrir mão, em nenhuma hipótese.
Lugar da construção LIVRE do conhecimento, da reflexão POLIÉDRICA e da crítica sofisticada – elementos fundamentais e decisivos para o avanço da civilização – a sala de aula sempre foi o segundo lar de Jacyntho Lins Brandão, professor por vocação e destino.
Nascido na cidade de Rio Espera, na Zona da Mata mineira, Jacyntho pertence ao corpo docente da Universidade Federal de Minas Gerais desde 1977, quando se graduou em Letras. De lá para cá, palmilhou, dedicado, a gratificante estrada da vida acadêmica, legando à comunidade universitária – e ao seu país – importante exemplo de amor ao ensino e uma produção integralmente comprometida com a qualidade.
Ao longo de sua trajetória, conquistou também o carinho e a admiração de ex-professores que vieram, depois, a se tornar seus pares, como Angela Vaz Leão, autora do posfácio ao volume “O Manuscrito grego 2437 da Biblioteca Nacional”, organizado por Maria Olívia de Quadros Saraiva e Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa. Leio breve trecho. “Tive, sim, outros alunos brilhantes. Mas poucos mostravam então o mesmo ‘à vontade’ ao passear pela linguística e pela literatura. Jacyntho transitava sorrindo por várias línguas, tanto clássicas quanto modernas, ao mesmo tempo que já mostrava o talento literário (…) Mas não é só isso. Jacyntho sabe aliar à sua rara competência uma extraordinária generosidade intelectual, que não lhe permite isolar-se na ‘torre de marfim’ que ‘protege’ alguns docentes de uma vida acadêmica plena (…) ao partilhar o seu saber com os alunos, Jacyntho faz deles seus colaboradores e nesse sentido vai fazendo ‘escola’.”
É ainda da primeira década de sua trajetória como professor, em 1985, o livro resultante do Primeiro Congresso Nacional de Estudos Clássicos, ocorrido no referido ano. Organizado por Jacyntho, “O enigma em Édipo Rei e outros estudos de teatro antigo” contou com as colaborações, entre outros, de Eneida Maria de Souza, Lúcia Castello Branco, Sônia Viegas, Ana Lúcia Gazolla e Maria Luíza Ramos. É o belo texto de Jacyntho, intitulado ‘Por que Édipo?’, que abre o volume, propondo a pergunta crucial: ‘Por que cultura grega hoje?’ Entre as hipóteses levantadas pelo ensaísta na busca da resposta, registro a que se expressa no parágrafo seguinte. Abro aspas. “(…) participo do respeito religioso de Erasmo e Nietzsche pela grandeza dos gregos como o povo que, como nenhum outro, soube descer à profundidade de seus questionamentos. Talvez essa sensação, que como tal se impõe à margem dos demais raciocínios, seja ela também preconceituosa e se deva ao fato de pertencermos à mesma cultura nascida na Grécia, transmitida a nós através dos séculos. Justo seria, portanto, retificar o dito, afirmando terem sido os gregos um tempo que, como nenhum outro de nossa história cultural, desceu tão a fundo em nossos próprios questionamentos. A nossa visão do mundo, que implica em criação do mesmo, descobre-se desnuda no discurso deles. O seu discurso criou a nossa realidade, fato insofismável ainda que nunca tivéssemos tido acesso direto a seus mitos. A nossa consciência coletiva tira seus dados de um inconsciente coletivo criado na Grécia cuja epifania se dá nos mitos. ” Fecho aspas.
Defendida sob a orientação do professor José Cavalcanti de Sousa, na Universidade de São Paulo, em 1992, a tese de Doutorado de Jacyntho Lins Brandão resultou em livro, lançado pela Editora da UFMG em 2001: “A Poética do Hipocentauro: Literatura, sociedade e discurso ficcional em Luciano de Samósata”.
Logo na Introdução, chamada ‘A história de uma polêmica’, Jacyntho apresenta o seu personagem. Abro aspas. “Este livro trata de um desconhecido escritor pós-antigo. Ilustre, sem dúvida, mas cuja obra tem atravessado os séculos marginalmente. Isso é válido tanto para a Modernidade, quanto para a própria Antiguidade. Por isso, o que sabemos com certeza sobre Luciano de Samósata é muito pouco, apenas o que essas três palavras transmitem: que tinha um nome latino e era natural da Síria. Tudo indica que viveu no segundo século de nossa era (de cerca de 125 a após 181), tendo atingido a maturidade como escritor provavelmente sob o reinado de Marco Aurélio (que se estende de 161 a 180 d. C.). No mais, somente conjecturas da crítica, que se esforça em depreender de seus textos dados sobre sua vida, correndo assim o risco de confundir a pessoa com suas personagens”. Fecho aspas.
Apresentação assinada por Marcus Vinicius de Freitas, nas ‘orelhas’ do livro, fornece aos leitores informações preciosas sobre a dimensão do feito realizado por Jacyntho Lins Brandão: “Para leitores e críticos desavisados, ao longo da história, Luciano eventualmente apareceu como sendo um representante da decadência da cultura clássica. Uma visão fossilizada e laudatória da cultura esteve sempre por trás desse ponto de vista. Mas nos textos de Luciano, ao contrário, a tradição se mantém viva exatamente porque está em contínuo processo de reinvenção. Essa é a via seguida por Jacyntho Lins Brandão. Se Bakthin foi um dos primeiros críticos do século vinte a apontar a força de Luciano, especialmente ao caracterizá-lo como um pensador pós-antigo (capaz de reinventar a Antiguidade a partir de uma visão crítica das formas discursivas herdadas, sejam elas a poesia, a história ou a filosofia), Jacyntho Lins Brandão, por seu turno, vai muito além do crítico russo, e afirma a posição luciânica como sendo a de um pensador da cultura. A relação desproblematizada de Luciano com o legado da cultura é o que fez dele uma referência para autores como Rabelais, Cervantes, Voltaire, Moliére, Dostoievski, Eça de Queiroz e Machado de Assis, entre tantos outros(…).” Prossegue Freitas: “A longa convivência com os textos do pensador grego e a poderosa capacidade de análise de Jacyntho Lins Brandão fazem deste estudo uma obra de absoluta referência para aqueles que querem entender não apenas a complexidade da obra de Luciano em suas relações com o fim da Antiguidade, mas também as nossas hodiernas relações entre tradição e pós-modernidade, uma vez que o tema do legado cultural está na ordem do dia”.
De 2005 é “A Invenção do Romance”, publicado pela Editora da Universidade de Brasília. A indagação que dá origem ao livro é também o nome de seu primeiro capítulo: ‘Existe um romance grego?’ Para introduzir a questão, Jacyntho Lins Brandão escreve: “É esse prazer entranhado da mimese que acredito ser a marca genuína do romance grego. É nisso que ele se define como radicalmente grego – não apenas pela língua em que foi escrito, pelas histórias que narra ou pelos costumes que mostra. A musa homérica que tudo pode dizer por tudo ter visto – ao contrário daqueles que apenas a fama ouviram, sem nada ter visto – é a mesma que inspira os romancistas, após ter animado tragediógrafos, comediógrafos, pintores, escultores e poetas.” Continua Jacyntho: “Ao propor estudar os processos de representação presentes no romance grego, estou em busca daquilo que de mais grego ele possui – e que é, afinal, aquilo que provoca a invenção do gênero. Esse fundamento de visão de mundo que, no horizonte de novos tempos e no contexto de novas expectativas, foi capaz de produzir novas formas de apropriação poética do mundo pelo homem.”
As conclusões a que chega Jacyntho Lins Brandão nesse trabalho são poderosas. Permito-me selecionar algumas delas: “(…) o romance grego constitui um gênero bem definido e, ao mesmo tempo, muito variado. Sem dúvida, perceber as diferenças depende antes da constatação de que não se trata apenas de um punhado de narrativas, mas de um corpus, manifestado numa época determinada, o qual exibe uma série de traços comuns que garantem o reconhecimento de uma identidade própria. Ora, é dessa possiblidade de perceberem-se traços comuns em diversas obras que depende a noção de gênero.” E mais adiante: “Nesse sentido é que entendo o romance como um gênero pós-antigo: o último representante do antigo que não encontrou um tempo próprio e, assim, depende parasitariamente do que o antecedeu, constituindo-se como um jogo de referências a um mundo em que não mais cabe.” E finalmente: “O romance é como que o coroamento dos gêneros narrativos na Grécia – epopeia, drama, historiografia e diálogo – em que o narrador, o narrado e a narrativa produzem uma alquimia de elementos tomados da tradição, a qual se dissolve e se coagula não em formas fixas, mas abertas e transformacionais, do mesmo modo que o mundo se reinventa, po(i)eticamente a partir dos elementos mais simples: água, ar, terra e fogo.”
Também de 2005 é “Antiga Musa – Arqueologia da Ficção”, que mereceu nova versão, revista e ampliada, da Editora Relicário, dez anos depois. Com o objetivo de examinar as condições que motivaram o surgimento das teorias sobre a literatura na Grécia, concentrando-se em seus princípios, Jacyntho empreende uma reflexão sobre os primórdios da reflexão poética na Grécia, examinando, para tanto, entre outros, os poemas homéricos e os poemas hesiódicos.
A escritora Laura Cohen Rabelo, ex-aluna de Jacyntho, escreve, nas orelhas da segunda edição de “A Antiga Musa”: “Particularmente, ele é um livro importante em minha formação. Foi o primeiro livro sobre poética clássica que li no início da minha graduação em Letras e, na época, pela generosidade do texto, introduziu-me no caminho das letras clássicas. Não que seja um manual para iniciantes, mas acredito que é uma obra ampla (certamente por ser, como o autor a define já no título, arqueológica) e cujo conteúdo cheguei a usar até em oficinas de criação literária”.
“Em nome da (in) diferença – o mito grego e os apologistas cristãos do segundo século” foi publicado em 2014, pela Editora da Unicamp. Em cerca de quinhentas páginas, o autor expõe a forma como os polemistas cristãos do segundo século de nossa era enfrentaram a tradição que, modernamente, se passou a designar como a ‘mitologia grega’.
Titular de Língua e Literatura Grega da UFMG desde 1990, Jacyntho Lins Brandão foi professor visitante na Universidade de Aveiro, em Portugal, onde lecionou ‘Poéticas gregas’ e ‘História da Cultura Clássica’, havendo conduzido, naquela instituição, pesquisas sobre ‘Paleografia’ e ‘Codicologia grega’. Na Argentina, deu aulas na Universidad Nacional del Sur e na França, ensinou ‘História e Literatura na Grécia Antiga’ para os alunos da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais.
Seu compromisso com a causa da educação pública e gratuita levou-o a dirigir a Faculdade de Letras em duas oportunidades: entre os anos de noventa e noventa e quatro e no período compreendido entre 2006 e 2010. Entre 94 e 98, foi vice-reitor da Universidade Federal, no reitorado de Thomaz Aroldo da Mota Santos. Nos últimos anos, mais precisamente entre 2014 e 2017, foi o Superintendente da Fundação Rodrigo Melo Franco de Andrade, também ligada à UFMG.
Confirmando seu apreço pela atuação institucional, foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos, em 1985, quando empossou-se como o seu secretário geral. Presidente da entidade entre 91 e 93, foi também o seu tesoureiro, entre 2004 e 2005.
A paixão de Jacyntho Lins Brandão pelas Letras, no entanto, sempre foi além do que supõe a vida no campus e as tarefas da divulgação científica, Brasil e mundo afora. Sua imensa obra – não há dúvidas – é a de um scholar de primeira linha, revestindo-se do rigor e da excelência que a ela conferiram reconhecimento internacional. Também revela o crítico literário atento e sensível à passagem dos tempos e ao seu impacto sobre a sua época e a sua cultura, em relação as quais produziu pensamento refinado. Múltipla, abriga, igualmente, o livro didático, de que é exemplo o impressionante “Helenika – Introdução ao Grego Antigo”, um moderno manual em quarenta lições divididas por seiscentas páginas, escrito em parceria com Maria Olívia de Quadros Saraiva e Celina Figueiredo Lage. Rica, sua obra ainda inclui o gosto pela ficção, em particular pelas linguagens do teatro e do romance, e, por fim, as traduções.
“Que venha a senhora dona” ganhou o primeiro lugar no concurso de textos teatrais promovido pela Fundação Clóvis Salgado em 1981. Na Comissão Julgadora, nomes como Márcio Machado, Luiz Carlos Bernardes, Alisson Vaz, Ricardo Rocha e Francisco Pontes de Paula Lima, que não escondeu sua admiração pela obra vencedora. Segundo Paula Lima, o enredo deixava transparecer influências de Aristófanes, Luciano de Samósata, Shakespeare e Bernard Shaw, tudo harmonizado sob um personalíssimo domínio da narração e da ação. A peça foi encenada no então Teatro da Imprensa Oficial (hoje Clara Nunes) entre agosto e setembro do já referido ano, dirigida por Afonso Drumond e encenada, entre outros, por Helvécio Ferreira, Wilma Patrícia e Beth Coelho, naquela ocasião uma atriz ainda iniciante.
Publicada em livro em 2007 pela Editora Tessitura, a peça é, na opinião de Erick Ramalho, do Centro de Estudos Shakespearianos, “obra de arte que serve tanto ao palco quanto ao gabinete, ágil que é a linguagem a soprar vida nas personagens, corriqueiras como as pessoas que somos ou que conhecemos, gente familiar em seus lugares comuns. Nela, ri-se até mesmo do trágico”.
O primeiro romance de Jacyntho Lins Brandão, “Relicário”, saiu em 1982 pela Editora José Olympio. É o próprio Jacyntho quem conta como ele surgiu. “A ideia de escrever o romance surgiu como um desafio: ‘será que sou capaz de tecer uma história? Imaginada a intriga, em si simples, refletindo muito da mentalidade mineira tradicional, sufocada pelo respeito às aparências; localizada a ação nos lugares onde nasceu o autor – o resto foi apenas questão de deixar as personagens falarem. A mistura de realidade e fantasia nasceu naturalmente, em decorrência do tema: em pleno século vinte, um grupo familiar se debatendo com problemas fechados em seu círculo de convivência, que assumem, apesar de corriqueiros, proporção de catástrofe. A narrativa procura ser um retrato da gente de Minas, com suas características e esquisitices. Uma história parecida, provavelmente, com muitas acontecidas do lado de cá dessas montanhas”.
O segundo romance foi editado pela Nova Fronteira, em 1997. Em “O Fosso de Babel”, um professor de grego recebe uma caixa misteriosa, contendo numerosos papéis. No meio deles, um romance assinado com as iniciais J. L. e um bilhete que ele supõe haver sido enviado por uma ex-aluna, Ana. O professor e o autor do romance são homônimos, o que é o suficiente para acionar uma trama repleta de mistérios.
Sobre o livro, em entrevista para a edição de número 69 do Suplemento Literário, de março de 2001, Jacyntho Lins Brandão, revela que, quando imaginou a história e a forma, tinha em mente escrever um romance pós-antigo. Procurou, então, explorar a função do acaso na vida de seus personagens, como acontece no romance de Xenofonte de Éfeso, talvez o primeiro do Ocidente, escrito no primeiro ou no segundo século depois de Cristo. Quis, ainda, embaralhar as fronteiras entre biografia e ficção e, por último, suscitar o riso, rindo de si mesmo e da crítica literária.
Finalmente, entre as traduções empreendidas por Jacyntho Lins Brandão, destaca-se a que verteu, direto do acádio para o português, a “Epopeia de Gilgámesh – ele que o abismo viu”, publicada pela Editora Autêntica em 2017, com introdução e comentários do tradutor. Trata-se do mais antigo registro literário conhecido, remontando a mais de quatro mil anos, sendo anterior, portanto, a Homero, Hesíodo e aos textos bíblicos.
Senhoras e senhores, amigas e amigos do querido confrade que a partir dessa sessão passa a integrar a Academia Mineira de Letras:
Por apego ao bom senso, não mencionarei nenhum dos inúmeros artigos publicados por Jacyntho Lins Brandão em livros ou periódicos. Tampouco citarei as investigações científicas que ele orientou ou as bancas de Mestrado ou Doutorado de que fez parte. Não haveria tempo suficiente para tanto.
Para encerrar essa oração, numa homenagem à trajetória de Jacyntho Lins Brandão, quero apenas, rapidamente, fazer uma última alusão à cultura grega, de certo modo muito adequada à presente solenidade: foi nas cercanias de Atenas, nos jardins próximos ao túmulo de Academo, um herói ático, que Platão fundou a sua academia, em 384 ou 383 antes de Cristo – uma das mais antigas de que se tem notícia na história do Ocidente – lançando, assim, as bases de uma tradição de convivência intelectual que venceu os séculos e vigora até hoje entre nós.
Seja bem-vindo aos nossos jardins, Jacyntho. Tome assento. Fique a gosto. Você tem tudo para sentir-se absolutamente em sua casa.
Muito obrigado!