Quarto ocupante da cadeira de número 10 da Academia Mineira de Letras, o advogado e doutor em Direito faleceu na noite de segunda-feira (19). Por conta dos protocolos sanitários, não houve velório.
O presidente da Academia Mineira de Letras, Rogério Faria Tavares, lamentou a morte de Fábio Doyle: “Fábio foi um dos jornalistas mais importantes da imprensa mineira. Dono de uma extensa e vitoriosa carreira, marcou época, tanto no “Diário da Tarde” quanto no “Estado de Minas”, pela qualidade de seu trabalho e o vigor de suas opiniões. Sua atuação como advogado, como professor de Direito e como presidente da Associação Mineira de Imprensa também foi notável. Ele deixa lacuna difícil de preencher”.
Sobre Fábio Doyle
Nasceu em Belo Horizonte em 14 de janeiro de 1928, Fábio Doyle formou-se em Direito pela UFMG, e de doutorado, onde também concluiu seu Doutorado. Foi repórter-auxiliar do Estado de Minas em 1948. Em 1961 foi nomeado redator-chefe do Diário da Tarde, sendo promovido a Diretor de Redação e Editor-Geral. Foi, ainda, redator da Sucursal de O Globo e redator político do Correio da Tarde, em Belo Horizonte. Atuou como secretário do Sindicato dos Jornalistas Profissionais, representante de Minas em Congressos Nacionais de Jornalismo, presidente do Centro dos Cronistas Político-Parlamentares, da Associação Mineira de Imprensa e do seu Conselho Deliberativo.
Ingressou no Ministério Público do Estado em 1953. Em 1957 foi aprovado para o cargo de Procurador da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Aposentou-se em 1992, como Secretário Municipal Adjunto. Foi Assistente-Jurídico do Prefeito Municipal de Belo Horizonte e Assessor Jurídico da Secretaria da Fazenda Municipal. Na área da educação, atuou como Professor e Coordenador do Curso de Direito no Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI-BH.
Foi membro de diversos conselhos e entidades, como Pampulha Iate Clube, Usiminas, BEMGE, Sociedade Cultural Teuto-Brasileira, International Committee for a Community of Democracies – Regional Seminar of Americas, Automóvel Clube de Minas Gerais, ICBEU, Aliança Francesa e Associação Comercial de Minas Gerais.
Em sua trajetória, foi condecorado com inúmeras medalhas e títulos, tanto pelo trabalho no jornalismo, quanto no direito. Publicou inúmeros artigos e teses, além de livros, como “USA 1967 – Retrato de um País em Paz, Embora em Guerra”, editado em junho de 1999, sobre aspectos da vida e da realidade norte-americana na época em que aquele país enfrentava a Guerra no Vietnã e conflitos raciais. Seu segundo livro foi “A Cadeira de um Conjurado”, editado em 2002, com o seu discurso de posse na Academia Mineira de Letras.