Falecido na noite desta terça-feira, 5 de janeiro, o advogado, político, jornalista, professor e cientista político Bonifácio José Tamm de Andrada ocupava a cadeira de número 15 da Academia Mineira de Letras, cujo patrono é Bernardo Guimarães. Fundada por Dilermando Cruz, a cadeira também já foi ocupada pelo cronista Moacyr Andrade, o jornalista Odair de Oliveira e o Desembargador Hélio Armond Werneck Côrtes.

 Bonifácio Andrada tomou posse na Academia Mineira de Letras em 2001, deixando, depois de duas décadas na instituição, o legado de um acadêmico que amou a Cultura e a Educação: “É uma perda inestimável para Minas Gerais, que fica sem um de seus mais notáveis homens públicos. Além de parlamentar atuante e culto, Bonifácio Andrada foi professor e dirigente universitário. Reconhecia a importância da Educação para o desenvolvimento nacional e dedicou grande parte de seus esforços a ampliar o acesso de todos a ela. Para a Academia, é a perda dolorosa, irremediável de um de seus membros mais queridos e mais devotados à causa da Cultura”, comenta o Presidente da AML, Rogério Tavares.         

 

Sobre Bonifácio José Tamm de Andrada

Nasceu em Barbacena, Minas Gerais. Era filho do Deputado José Bonifácio Lafayette de Andrada e de Vera Tamm de Andrada. Foi casado com Amália Borges de Andrada, de cujo matrimônio teve oito filhos. O Deputado exerceu dez mandatos na Câmara dos Deputados após 4 mandatos como Deputado Estadual na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e um Mandato como Vereador em sua terra natal, a cidade de Barbacena, no estado de Minas Gerais. Foi Secretário de Estado nos Governos de Magalhães Pinto, Aureliano Chaves e Hélio Garcia.

Foi professor universitário na UNB, na Puc Minas e na UNIPAC, de Barbacena, nas disciplina de Direito Constitucional e de Ciência Política. Com vários livros publicados, participou de Seminários e Congressos no Brasil e Exterior. Em sua atuação parlamentar, destacou-se como jurista e técnico em questões constitucionais e políticas, tendo exercido a Liderança do Governo e Presidência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Durante o seu mandato como Deputado Estadual, foi Relator das Constituições Mineiras de 1967 e 1970.

Nos anos de 87 e 88, participou da Assembleia Nacional Constituinte, tendo sido um dos líderes do chamado “Centrão” e membro da Comissão de Sistematização e Redação da Constituição de 1988. Como deputado Federal, foi Presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de outras Comissões, tendo exercido também a Procuradoria Parlamentar da Câmara dos Deputados. Também presidiu os trabalhos de Consolidação da Legislação Brasileira. Foi um dos Relatores do Projeto do novo Código Civil e também da Emenda sobre o Parlamentarismo, além de Presidente da Subcomissão de Ensino Superior, tendo sido, também, membro do Parlamento Latino-Americano onde exerceu função na Comissão Jurídica Internacional.