Faleceu nesta quinta-feira, 16 de novembro de 2023, Olavo Celso Romano, Presidente Emérito da Academia Mineira de Letras (AML). Seu corpo será velado nesta sexta-feira, dia 17/11, das 10h às 15h, na sede da AML. O sepultamento ocorrerá no cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte, às 9h30 deste sábado (18/11).
Com quase 20 livros publicados, oito deles amplamente adotados em escolas de Minas e de outros estados, Olavo Romano deixa esposa, dois filhos, seis netos e um bisneto. Ex-presidente da AML e ocupante por quase 20 anos da cadeira 37 da instituição, que tem como patrono Manuel Basílio Furtado (1826-1903), Olavo estudou Direito (PUC-MG), Administração (FGV-RJ), Inglês (Universidade de Michigan) e Planejamento Educacional (Banco Mundial), além de fazer brilhante carreira no serviço público, aposentando-se como Procurador do Estado.
“Olavo Romano foi uma pessoa exuberante em vários sentidos: pela inteligência, pela generosidade, pela escrita cativante e capacidade de comunicação. Na Academia Mineira de Letras, sua gestão como presidente imprimiu à instituição os novos rumos que vamos trilhando. Em luto pela privação da convivência, a Academia celebra os frutos deixados por tão rica vida para a literatura e a cultura brasileira”, lamentou Jacyntho Lins Brandão, atual presidente da AML.
“Olavo Romano foi uma das melhores pessoas que conheci na vida: generoso, alegre, fraterno, solidário, o sorriso sempre aberto. Pouca gente consegue manter viva dentro de si a criança que foi um dia. Ele conseguiu. Fará uma falta tremenda”, declarou também o acadêmico e Presidente Emérito da AML Rogério Faria Tavares.
A partir de 1979, Olavo Romano publicou seus casos mineiros e textos poéticos no Estado de Minas, no Jornal de Casa, nas revistas Globo Rural, Palavra, Cícero, IstoÉ e Veja. Entre as obras adotadas em escolas, focaliza o jeito, a fala, a vida no interior mineiro: Casos de Minas, Paz e Terra, SP, 1982, 6a ed.; Minas e seus casos, Ática, SP, 1984 (esgotado); Dedo de prosa e Prosa de mineiro, Lê, 1986 (esgotados); Os mundos daquele tempo, Atual, SP, 1988, 6a ed; Um presente para sempre, Atual, SP, 1990, 14a ed., e Memórias meio misturadas de um jacaré de bom papo, Dimensão, BH, 2002.
Uma das últimas participações de Olavo como acadêmico da AML ocorreu no Congresso das Academias Estaduais de Letras, realizado nos dias 19 e 20 de outubro em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul. Na ocasião, ele deu esta declaração que tão bem revela seu amor à literatura e à democracia: “Primeiro, o sentido da academia é confraternizar. É uma reunião de opostos, de tolerância, amizade. O colega de academia é chamado confrade. Não importa o que ele pense, qual o time que ele torce, a sua cor política. A academia é um espaço de tolerância, amizade e fraternidade”.