Faleceu nesta quarta-feira, 15 de novembro de 2023, a professora doutora, ensaísta, romancista, poeta e crítica literária Maria José de Queiroz. Ela ocupava a cadeira de nº 40 da Academia Mineira de Letras, cujo patrono é Visconde de Caeté. Fundada por Pinto de Moura, a cadeira 40 também foi ocupada por Affonso Penna Júnior. Seu corpo será velado hoje, quarta-feira, dia 15, das 14 às 17h, na Academia Mineira de Letras.
Para o presidente da AML, Jacyntho Lins Brandão, “A Academia Mineira de Letras está de luto pela perda de uma de suas acadêmicas mais ilustres. Maria José de Queiroz foi desde sempre brilhante, tendo se tornado catedrática de literaturas hispano-americanas na UFMG com apenas 26 anos, na sucessão de Eduardo Frieiro. Desde então, não cessou de publicar inúmeros livros de crítica literária, poesia e romances, incluindo o celebrado “Joaquina, filha do Tiradentes”. Sempre primou pela inteligência e elegância, em todas as situações, incluindo a convivência por 55 anos com os pares da nossa Academia. Deixa um inestimável legado para as letras e a cultura brasileira.”
Sobre Maria José de Queiroz.
Mineira de Belo Horizonte, onde nasceu em 1934, foi uma das mais jovens professoras a conquistar a cátedra universitária, aos vinte e seis anos. Sucedeu o acadêmico Eduardo Frieiro na cadeira de Literatura Hispano Americana na UFMG. Doutora em Letras Neolatinas, lecionou na Sorbonne, em Lille, em Bordeaux, em Bonn, em Colônia, em Indiana, em Berkeley e em Harvard. Escreveu ensaios memoráveis: “A literatura encarcerada” (1981), “A literatura do êxtase: das drogas à vertigem da loucura” (1990), “A literatura e o gozo impuro da comida” (1994), “Os males da ausência ou a literatura do exílio” (1998) e “Em nome da pobreza” (2006), entre outros. Foi a contista de “Amor cruel, amor vingador” (1996), a poeta de “Desde longe” (2020) e a romancista de “Joaquina, a filha do Tiradentes” (1987), para citar apenas algumas de suas incursões pela ficção. Eleita na sucessão de Afonso Pena Júnior, ocupou por mais de cinquenta anos a cadeira de número quarenta da Academia Mineira de Letras. Quando presidente, tive a alegria de coordenar, em 2019, a sessão que celebrou suas cinco décadas na instituição.