Sempre foste para mim conforto e pena
Hoje só resta em ti o meu lamento
No derruir que só teu corpo encena
Em vascas dores de feroz tormento.

Arrancaram-te seiva, cor e sangue.
o uberoso ventre se fez atro
Sem a riqueza férrea feita exangue
No devastar deste cruel teatro.

Chega a soluço a voz da passarada
No réquiem de tua voz adormecida
Coro sonoro proteção _amada__

Em que descia ar de pura fonte
Dos pétreos braços dé encosta florida
Ao verde de teu belo horizonte.

Por Elizabeth Rennó
Mestre em Literatura Brasileira. Ocupa a cadeira nº 21 da Academia Mineira de Letras. Texto publicado na Revista da Academia Mineira de Letras  | ANO 87º – Volume LVI – 2010.

Foto: Porto Ferreira