No dia 16 de outubro, quarta-feira, a Academia Mineira de Letras (AML), em parceria com a Escola Brasileira de Psicanálise (Minas Gerais), promove mais uma edição do Lacan na Academia – conversando com a literatura com o tema “Escritos do fantasma”, tendo como convidada a artista plástica, ilustradora e professora pesquisadora Andréa Vilela. A mediação é de Musso Greco, Sérgio de Mattos, Olívia Viana, Cecília Lana (equipe da EBP MG). A programação ocorre no auditório da AML, a partir das 20h.
Com entrada gratuita e interpretação em libras, a palestra acontece no âmbito do projeto “Plano Anual Academia Mineira de Letras – AML (PRONAC 235925)”, previsto na Lei Federal de Incentivo à Cultura e tem o patrocínio do Instituto Unimed-BH – por meio do incentivo fiscal de mais de cinco mil e seiscentos médicos cooperados e colaboradores.
O tema surgiu a partir da leitura do Seminário 20 de Lacan, particularmente no seu terceiro capítulo, “A função do escrito”, no qual há várias entradas para pensar a tentativa de inscrição daquilo que não se escreve, pensando a letra em sua correlação com a condensação de gozo. A escrita agônica e convulsiva de Lúcio Cardoso pareceu, na sequência dessa investigação psicanalítica, o campo a ser visitado nesse Lacan na Academia – conversando com a literatura.
Ler Crônica da casa assassinada, de Lúcio Cardoso, guiados por Andréa Vilela, adentrar a velha mansão da família Meneses, “com seus enormes alicerces de pedra, simples e majestosa como um monumento” e ter que caminhar com cuidado pela casa que jaz em ruína e que esconde, em seu interior, uma história repleta de meandros, é a experiência proposta por esse Lacan na Academia – conversando com a Literatura. Nessa decomposição marcada pela plasticidade da escrita cardosiana, a cor, a mancha, o traço, o rastro e o gesto como matérias na composição dos fantasmas que habitam uma “paisagem apocalíptica e sem remissão”.
“No universo de Lúcio Cardoso”, adianta Andréa Vilela, “o resíduo, a mancha, o rastro, podem ser identificados como matéria poética a compor a massa do barro que manipula para moldar e dar corpo à sua obra”. Essa matéria residual presente na escrita – mas também identificada, de alguma maneira, em sua obra plástica − perpassa o universo cardosiano como inscrições arqueológicas que demandam decifração, num grande cenário residual no qual se esbarra em “relíquias que são como indícios que ficaram de palavras desmanchadas”, a lembrar a existência de algo “que permanece como ecos de sons perdidos de suas origens”.
Sobre Andréa de Paula Xavier Vilela
A Artista Plástica, Ilustradora e Professora Pesquisadora com doutorado em Literatura pela Faculdade de Letras da UFMG e a tese “Lúcio Cardoso – O traçado de uma vida”, tem mestrado em Literatura também pela FALE/UFMG com a dissertação “Olhar sobe uma casa escrita – A poética de Lúcio Cardoso no romance Crônica da casa assassinada” e bacharelado em Artes Plásticas-Desenho pela Escola de Belas Artes da UFMG. Na sua atuação como artista e como ilustradora teve seu trabalho premiado em mostras coletivas de Arte e prêmios de literatura e ilustração. Como artista e pesquisadora vem desenvolvendo aspectos relativos ao desenho, à ilustração, à memória, ao tempo, à impermanência, aos processos de criação, às poéticas de imagem/texto e às relações sujeito-obra. Suas pesquisas ainda abrangem a vida e obra de Lúcio Cardoso e Maria Helena Cardoso. Atualmente é professora do Departamento de Desenho da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais e pesquisadora do NEDEC / UFMG (Núcleo de Estudos e Ensino em Desenho Contemporâneo) das linhas de pesquisa: Desenho e Hibridismo de Linguagens, Desenho Contemporâneo e Desenho Pensamento e Escrita; pesquisadora do NUPPE/UFU (Núcleo de Pesquisa em Pintura e Ensino) linhas de pesquisa: Estudos Cromáticos e Pintura e Interfaces com outras linguagens; e pesquisadora do Studiolo/UFMG
Sobre Musso Greco (coordenador da Escola Brasileira de Psicanálise)
Musso Greco, psiquiatra e psicanalista, mestre em Psicologia pela UFMG, doutor em Ciências da Saúde pela UFMG, autor dos livros Orates – contos clínicos (2013), Galinhada (2022) e Uma história entre o eu e aterra (2022), organizador dos livros Fazer Caput (2018), Desembola na Ideia: Arte e Psicanálise implicadas na vulnerabilidade juvenil (2020) – finalista do Prêmio Jabuti 2021 – e Do infinito de fora ao ínfimo de dentro: Psicanálise e Prática Institucional (2022),
Instituto Unimed-BH
O Instituto Unimed-BH completou 20 anos em 2023. A associação sem fins lucrativos foi criada em 2003 e, desde então, desenvolve projetos socioculturais e socioambientais visando à formação da cidadania, estimulando o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentando a economia criativa, valorizando espaços públicos e o meio ambiente. Ao longo de sua história, o Instituto destinou cerca de R$ 190 milhões por meio das leis de incentivo municipal e federal, fundos do idoso e da criança e do adolescente, com o apoio de mais de 5,6 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. Em 2023, mais de 20 mil postos de trabalho foram gerados e 2 milhões de pessoas foram alcançadas por meio de projetos em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.
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