Um mês de muita atividade na Academia Mineira de Letras este dezembro. Mais do que tantos outros, porque o sodalício, ora instalado na bela mansão do médico e cientista Borges da Costa e no anexo batizado com o nome de Vivaldi Moreira, na rua da Bahia, comemora 110 anos de fundação, que se deu no último mês de 1890 em Juiz de Fora.

No dia 4, pelos 75 anos de Paulo Leminski, a professora doutora Luciana Pimenta fez palestra sobre a dimensão performática do autor curitibano, também se registrando os 30 anos de morte do poeta. No dia seguinte, a acadêmica Elizabeth Rennó, lançou seu mais novo livro – “Quântico”, alegre e triste na Palavra Maior, que dirige as nossas vidas, como explica a autora, primeira mulher a presidir a Academia.

Um dia após, o acadêmico Olavo Romano e o médico e ilustrador Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues, o Lor, apresentaram a palestra “Descobrindo Ângelo Machado”, para homenagear o celebrado escritor infantojuvenil Ângelo Machado, um dos maiores pesquisadores de libélulas do mundo. Então, lança seu mais recente trabalho – “Cristóvão e os grandes descobrimentos”, em parceria com a Caravana Grupo Editorial, destinado a crianças e adolescentes.
Uma azáfama. No dia 9, as pesquisadoras Clotildes Avellar Teixeira e Janete Flor de Maio Fonseca, conduzirão a palestra “História, Ensino e transversalidades: casos e reflexões”, em que se reúnem colaborações de professores e especialistas em torno da temática do ensino da história e valorização do patrimônio cultural.

No dia 10, será a posse do novo acadêmico Wander Mello Miranda, eleito para a cadeira nº 7, vaga com o falecimento do escritor Ricardo Arnaldo Malheiros Fiúza. No dia 12, haverá o lançamento pelo escritor Olavo Romano de seu livro “De volta ao tempo antigo” e o relançamento de “Os mundos daquele tempo”, com narração de casos vividos pelo escritor, presidente emérito da AML.

Não é tudo. Na sexta-feira 13, às 10h, no plenário da Assembleia de Minas, haverá a sessão com que o legislativo homenageará a Academia pela efeméride.

No dia 17, que cai numa terça-feira, os festivos acontecimentos se transferem a Juiz de Fora. A Academia Juisforana de Letras preparou, para 19h30, um evento muito justo. Será festejada a data, em plenário, realizando-se um recital de poemas dos fundadores da entidade, hoje estadual. Um encontro cordial, histórico e memorável.

O presidente da Academia, jornalista e escritor Rogério Faria Tavares, considera as atividades deste final de ano fundamentais a que se meça e se propague a importância do sodalício para a vida cultural e intelectual de Minas, a começar quanto à pureza da língua e a produção do que aqui se produz na área. Também para a preservação do patrimônio construído por gerações, inclusive a própria história de Minas.

É uma missão que não se pode perder, resultado do que se inscreve no próprio lema da instituição: “Scribendi nullus finis”.

 

Por Manoel Hygino dos Santos, membro do Conselho Editorial da Revista da AML, ocupa a cadeira nº 23