Na tarde desta segunda-feira (18), na sede da Academia Mineira de Letras, foi realizada a sessão de apuração dos votos da eleição para a cadeira de número 13, vaga desde o falecimento do acadêmico Paulo Tarso Flecha de Lima. O escritor Silviano Santiago foi eleito com 35 votos.

Santiago é o quinto sucessor da cadeira número 13, cujo Patrono é Xavier da Veiga, sendo o fundador Carmo Gama. A cadeira já foi ocupada também Godofredo Rangel, Antônio Moraes e João Franzen de Lima.

Para o jornalista Rogério Faria Tavares, presidente da instituição, “a Academia Mineira de Letras elegeu hoje um dos mais importantes intelectuais brasileiros. Silviano Santiago fez e continua fazendo história. Em Minas, integrou a chamada ‘Geração Complemento’, ao lado de nomes como Ary Xavier, Ezequiel Neves, Theotonio dos Santos e Ivan Angelo. Doutor pela Sorbonne, foi professor visitante em Yale, Stanford e Princeton. Na crítica literária, é autor dos clássicos Uma literatura nos trópicos e O cosmopolitismo do pobre. São dele livros potentes como Stella Manhattan, Mil rosas roubadas, Machado e O menino sem passado. Sua chegada nos honra e nos alegra.”

 

Sobre Silviano Santiago

Nasceu no dia 29 de setembro de 1936 na cidade de Formiga, Minas Gerais. Fez seus primeiros estudos na cidade natal. Em 1948, transferiu-se com a família para a capital do estado e se matriculou no Colégio Municipal. Em 1959, formou-se em Letras Neolatinas na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UFMG. Especializou-se em literatura francesa no Centre d’Études supérieures de Français, no Rio de Janeiro, e em 1961, com bolsa do governo francês, partiu para o doutorado na Sorbonne, Université de Paris. Ainda doutorando iniciou sua carreira de professor universitário nos Estados Unidos, onde atuou na Rutgers University, do estado de Nova Jérsei. Foi “Associate Professor with Tenure”, na State University of New York at Buffalo. Regressou ao Brasil, onde lecionou Literatura brasileira e Teoria literária na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) até 1980. Transferiu-se para a Universidade Federal Fluminense, em Niterói, onde se aposentou como Professor Emérito. É Doutor Honoris Causa pela Universidade do Chile (2013) e pela Universidade Tres de Febrero, de Buenos Aires (2014). Em 1959, em Belo Horizonte, publicou seus primeiros livros. Em sua obra destacam-se os seguintes títulos: Carlos Drummond de Andrade (Vozes, 1975), Uma literatura nos trópicos (Perspectiva, 1978), Glossário de Derrida (Francisco Alves, 1976), Vale quanto pesa (Paz & Terra, 1982), Nas malhas da letra (Companhia das Letras, 1989), O cosmopolitismo do pobre (Editora UFMG, 2004) Ora (direis) puxar conversa! (Editora UFMG, 2006), As raízes e o labirinto da América Latina (Rocco, 2006), Entrevistas (Azougue, 2011), Aos sábados pela manhã (Rocco, 2013), Genealogia da ferocidade (CEPE, 2017) e Fisiologia da composição (CEPE, 2020).