O evento é uma iniciativa da Academia Mineira de Letras e da Associação Internacional dos Lusitanistas. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas a partir do dia 17 de abril

 

A pluralidade da língua portuguesa e seus diálogos com o mundo estarão no centro do 1º Colóquio Internacional Diásporas da Língua Portuguesa, que acontece de 8 a 10 de maio, na Academia Mineira de Letras (AML). Serão três dias de palestras, mesas-redondas e debates com grandes especialistas da área, abordando desde os impactos da diáspora negra e dos povos indígenas, até a presença da língua portuguesa em contextos atlânticos e contemporâneos. O evento acontece de forma presencial, na Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia, 1466 – Centro, Belo Horizonte/MG), e online – será transmitido ao vivo pelo canal da AML e da AIL no Youtube. As inscrições para participação são gratuitas e devem ser feitas por meio de formulário, a partir de 17 de abril. Será emitido certificado apenas para os participantes inscritos no formulário.

Link para inscrições: https://forms.gle/eWUq2T4NuHy1k1wC8

Entre os convidados do Colóquio Internacional, destacam-se Augusto Ernesto Santos Silva, ex-presidente da Assembleia da República Portuguesa e professor da Universidade do Porto, e o poeta e tradutor Paulo Henriques Britto. O evento também contará com nomes como Conceição Evaristo, Júnia Ferreira Furtado, Bruna Franchetto, Luísa Buarque de Holanda, entre outros pesquisadores e escritores. A internacionalização, portanto, se destaca não apenas pelo repertório de convidados, mas também pela parceria pioneira da AML com a Associação Internacional dos Lusitanistas (AIL), fundada em 1984, em Poitiers, na França, com o objetivo de promover os estudos da língua, literatura e cultura portuguesa ao redor do mundo.

A iniciativa da AML e da Associação Internacional de Lusitanistas (AIL) tem como objetivo discutir a diversidade da língua portuguesa, cujas literaturas, sob uma perspectiva diaspórica, questionam a soberania de uma única língua. Assim, as consequências do expansionismo colonial lusitano, a força das missões, a construção da ideia de “nação” e o sistema educacional brasileiro, que tanto contribuíram para a consolidação do português como língua soberana, muitas vezes obscurecem o fato de que o Brasil abriga uma grande diversidade linguística. Afinal, se somam, na atualidade, mais de 270 línguas ameríndias, além de outras de procedência europeia e asiática, aliadas ao vigor da diáspora africana, cuja contribuição se reflete na riqueza e diversidade das literaturas de língua portuguesa.

Em 2023, a AML fez uma mudança importante em seu estatuto, de modo que o objetivo da instituição deixou de ser apenas “a preservação, o estudo e a divulgação da cultura, da língua portuguesa e da literatura”, passando a abranger também “as demais línguas brasileiras, suas culturas e literaturas”. É em tal contexto que surge a parceria com a AIL e este evento: “o objetivo é tratar do português em seu passado e devir como língua diaspórica. A pergunta que se faz, portanto, é esta: como pensar o mundo da língua e das literaturas de língua portuguesa de uma perspectiva descolonial, atenta à diversidade?”, questiona o presidente da AML, Jacyntho Lins Brandão.

Sabrina Sedlmayer, presidente da Associação Internacional de Lusitanistas, discorre sobre a importância de repensar o termo “Lusofonia”, que, segundo a pesquisadora, deveria ser empregado, necessariamente, com aspas, carregando consigo toda a suspensão da citação. “Se os espaços linguísticos e os espaços culturais se influenciam mutuamente, a Associação Internacional dos Lusitanistas adota como tarefa traçar estratégias que arejem este ‘impensado colonial’, como agudamente designou Eduardo Lourenço, referindo-se ao gesto de domínio e de exploração de territórios alheios, enredo que nos enreda desde o século XV”, afirma.

O 1º. Colóquio Internacional Diásporas da Língua Portuguesa, promovido pela AML e a AIL, conta com o apoio da Editora Autêntica e da CAPES/PosLit/UFMG. O evento acontece no âmbito dos projetos “Plano Anual Academia Mineira de Letras – AML (PRONAC 248139)”, previsto na Lei Federal de Incentivo à Cultura, e “Academia Mineira de Letras Manutenção e Funcionamento 2025 (CA 2018.13609.0261)”, incluído na Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Esse projeto tem os patrocínios da CEMIG e do Instituto Unimed-BH – por meio do incentivo fiscal de mais de cinco mil e setecentos médicos cooperados e colaboradores.

 

PROGRAMAÇÃO DO 1º COLÓQUIO INTERNACIONAL DIÁSPORAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

8 de maio – Quinta-feira

14h30 às 15h – Abertura (AIL/UFMG/AML)

Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

Rogério Faria Tavares (AML)

 

15h às 16h30 – Mesa 1: Camões e a diáspora 

Maria Antonieta Antunes Cunha (UFMG/AML)

Sabrina Sedlmayer (UFMG/AIL) 

Mediação: Jacyntho Lins Brandão (UFMG/ AML) 

 

16h30 – Intervalo

 

17h às 18h30 – Mesa 2: A partir da diáspora negra: exílio, perdas, viagens

Conceição Evaristo (UFF/AML) 

Maria Nazareth Fonseca (Liter/Áfricas/UFMG) 

Mediação: Marcos Alexandre (UFMG)

 

 19:30h às 21 – Conferência 1: O mundo de língua portuguesa e a língua portuguesa no mundo

Augusto Ernesto Santos Silva (Universidade do Porto)

Mediação: Sandra Goulart (UFMG) 

 

9 de maio – Sexta-feira

14h30 às 16h – Mesa 3: Português, língua atlântica: colonialismo e decolonialidade

Júnia Ferreira Furtado (UFMG)

Márcia Santos Duarte de Oliveira (USP)

Mediação: Fábio Bonfim Duarte (UFMG)

 

16h – Intervalo 

 

16h30 às 18h – Mesa 4: Rasuras das línguas e o mundo ameríndio do português brasileiro

Luísa Buarque (PUC-RJ)

Bruna Franchetto (UFRJ)

Mediação: Ana Gomes

 

18h – Lançamento do livro Dicionário dos intraduzíveis – Editora Autêntica 

Sessão de autógrafos com Luísa Severo Buarque de Holanda e Bruna Franchetto

 

19h30 às 21h – Conferência 2:  Um monólogo dramático de Edimilson de Almeida Pereira 

Paulo Henriques Britto (PUC-RJ)

Mediação: Carolina Anglada (UFOP)

 

10 de maio – Sábado 

11h às 12h30 Aula espetáculo, com o músico e escritor Makely Ka

 

SOBRE OS CONVIDADOS

Curadoria:  

 

Jacyntho Lins Brandão é professor emérito da UFMG. Presidente da AML. Sócio fundador da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. Poeta, ensaísta e tradutor.

 

 

Sabrina Sedlmayer é professora titular da Faculdade de Letras da UFMG. Presidente da AIL (Associação Internacional dos Lusitanistas). Sócia benfeitora do RGPL (Real Gabinete Português de Leitura). Pesquisadora do CNPq.

 

 

 

Convidados:

Augusto Ernesto Santos Silva é licenciado em História pela Universidade do Porto e Doutor em Sociologia pelo Instituto Universitário de Lisboa em 1992. Aderiu ao Partido Socialista em 1990. Foi Secretário de Estado da Administração Educativa, entre os anos de 1999 e 2000, além de Ministro da Educação, entre 2000 e 2001, e da Cultura, entre 2001 e 2002, durante os governos do Primeiro-Ministro António Guterres. De 2022 a 2024, foi Presidente da Assembleia da República Portuguesa. Em Desde 1981 é Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

 

Bruna Franchetto é antropóloga e linguista, professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisadora do CNPq.. Doutora em Antropologia Social pela UFRJ, integra o corpo docente dos programas de pós-graduação em Antropologia Social do Museu Nacional e em Linguística e Filologia da UFRJ, coordenando projeto de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas. É membro titular da Comissão Técnica do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), do Ministério da Cultura-IPHAN, e assessora de programas internacionais para a documentação de línguas ameaçadas (DOBES, Alemanha, e ELDP, Reino Unido). Publicou inúmeros trabalhos sobre as línguas e culturas indígenas brasileiras.

Conceição Evaristo é escritora e acadêmica (cadeira 40 na Academia Mineira de Letras). Ficcionista e ensaísta, é Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense. Sua primeira publicação (1990) foi na série Cadernos Negros, do grupo Quilombhoje. Tem sete obras publicadas, entre elas a vencedora do Prêmio Jabuti, “Olhos D’água”, além de cinco livros traduzidos para o inglês, o francês, espanhol e árabe. É amplamente premiada e homenageada pela sua contribuição literária.

 

Júnia Ferreira Furtado é historiadora, professora titular da UFMG. Pesquisa história moderna, cartografia história atlântica. Doutora em História Social pela Universidade de São Paulo, foi agraciada com a Distinguished Professor Fulbright Chair at Yale University, realizando estudos de pós-doutorado também na Universidade de Princeton e na École des Hautes Études em Sciences Sociales, em Paris Desenvolve pesquisas na área de História Moderna, com ênfase na História do Império Português e do Brasil Colônia, incluindo a História Atlântica, sobre o que tem publicado numerosos artigos e livros. Recebeu por sua obra os prêmios Clarival do Prado Valadares e Jabuti.

Luisa Severo Buarque de Holanda é professora e pesquisadora do departamento de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Doutora em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, fez pós-doutorado na Universidade de Paris IV (Sorbonne), sendo atualmente coordenadora do Instituto de Estudos Avançados em Humanidades da PUC RJ. Pesquisa na área de Filosofia Grega, tendo publicado livros e artigos sobre os pré-socráticos, Platão, Aristóteles e a emergência da filosofia da linguagem nos pensadores antigos.

 

Makely Ka é cantor, compositor, letrista e produtor cultural, reconhecido por sua obra que explora a cultura do sertão mineiro e dialoga com a tradição literária de Guimarães Rosa. Seus álbuns mais conhecidos incluem “Cavalo Motor” — considerado um dos melhores lançamentos da década e parte da Trilogia dos Sertões, junto com “Rio Aberto” e “Triste Entrópico”. Suas canções já foram interpretadas por artistas como Lô Borges, Samuel Rosa, Ná Ozzetti, José Miguel Wisnik, entre outros. Também é autor de trilhas sonoras para dança e cinema, além de se destacar pela pesquisa e experimentação musical. Makely Ka é um artista múltiplo que constrói sua obra em diálogo constante com a música, a literatura e a cultura popular.

Márcia Santos Duarte de Oliveira é linguista, professora titular da USP, especialista no português falado em Angola. Doutora em Linguística pela Universidade de São Paulo, desenvolve pesquisas sobre linguística de contato e morfossintaxe de variedades de português. Organizou e publicou obras como “Português do Libolo, Angola, e português afro-indígena de Jurussaca, Brasil” e “Novas Dinâmicas do Português: A África Atlântica e o Brasil”. Coordena projeto sobre comunidades afro-brasileiras (área do Pará), que integra o Inventário Nacional da Diversidade Linguística, sendo também a criadora e principal colaboradora do site africaemponto.com, um trabalho de extensão universitária.

Prof. Maria Antonieta Cunha é professora, acadêmica (cadeira 9 na Academia Mineira de Letras) e vice-presidente da AML. Foi professora da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, Presidente da Câmara Mineira do Livro, Secretária Municipal de Cultura de Belo Horizonte e Presidente da Fundação Municipal de Cultura da mesma cidade. Criou e dirigiu a Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de BH. Criou e foi diretora cultural da Editora Miguilim. Tem mais de 30 livros publicados. É editora de Literatura da Editora Dimensão.

 

Maria Nazareth Soares Fonseca é Professora Emérita da UFMG, ensaísta e pesquisadora, coordenadora do liter/Áfricas/UFMG, ensaísta e pesquisadora do CNPq. Doutora em Literatura Comparada pela UFMG, com cursos de atualização e estágio-sanduíche na Université de La Sorbonne Nouvelle, Paris. Foi também professora da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, Diretora da Editora da PUC Minas e Coordenadora do Grupo de Estudos Estéticas Diaspóricas. Publicou obras sobre literatura afro-brasileira e literaturas africanas de língua portuguesa.

 

Paulo Henriques Britto é tradutor e professor de tradução, criação literária e literatura na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Publicou sete livros de poesia e três ensaios. Já traduziu cerca de 120 livros de autores de língua inglesa, como Jonathan Swift, Charles Dickens, Henry James, V. S. Naipaul, Thomas Pynchon e James Baldwin. Na área da poesia, traduziu Byron, Wallace Stevens, Elisabeth Bishop e Frank O’Hara, entre outros. Ganhou diversos prêmios literários, como o Portugal Telecom, Prémio Bravo! Bradesco Prime e Fundação Biblioteca Nacional.

 

Rogério Faria Tavares é presidente-emérito da Academia Mineira de Letras, em que ocupa a cadeira 8 desde junho de 2016. Doutor em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, possui Diploma de Estudos Avançados em Direito Internacional e em Relações Internacionais pela Universidade Autônoma de Madri. É membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e comendador da Ordem do Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores, desde 2024.

 

Coordenação Executiva: Inês Rabelo 

 

INSTITUTO UNIMED-BH

O Instituto Unimed-BH completou 21 anos em 2024 e conta com o apoio de mais de 5,7 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. A associação sem fins lucrativos foi criada em 2003 e, desde então, desenvolve projetos socioculturais e socioambientais visando à formação da cidadania, estimulando o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentando a economia criativa, valorizando espaços públicos e o meio ambiente, através de projetos patrocinados em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.

CEMIG: A ENERGIA DA CULTURA

Como a maior incentivadora da cultura em Minas Gerais, a Cemig segue investindo e apoiando as diferentes produções artísticas existentes nas várias regiões do estado. Afinal, fortalecer e impulsionar o setor cultural mineiro é um compromisso da Companhia, refletindo seu propósito de transformar vidas com energia.

Ao abraçar a cultura em toda a sua diversidade, a Cemig potencializa, ao mesmo tempo que preserva, a memória e a identidade do povo mineiro. Assim, os projetos incentivados pela empresa trazem na essência a importância da tradição e do resgate da história, sem, contudo, deixar de lado a presença da inovação.

Apoiar iniciativas como essa reforça a atuação da Cemig em ampliar, no estado, o acesso às práticas culturais e em buscar uma maior democratização dos seus incentivos.

 

SERVIÇO:

1º Colóquio Internacional Diásporas da Língua Portuguesa

com Augusto Ernesto Santos Silva, Paulo Henriques Britto, Conceição Evaristo, Júnia Ferreira Furtado, Bruna Franchetto, Luísa Buarque, entre outros convidados. Com mediação de Jacyntho Lins Brandão, Sandra Goulart, Carolina Anglada, Marcos Alexandre, Ana Gomes, Fábio Bonfim Duarte e Marcos Alexandre.

Data: 8 a 10 de maio

Local: Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia 1466 – Centro) ou Youtube da AML

Inscrições gratuitas pelo formulário: https://forms.gle/eWUq2T4NuHy1k1wC8

 

INFORMAÇÕES PARA IMPRENSA

Assessoria de Imprensa AML – Amanda Magalhães

(31) 9 93301-0161 | comunicacao@academiamineiradeletras.org.br