Nos dias 23, 24 e 25 de outubro, a Academia Mineira de Letras promove o Ciclo de Debates Novas Tecnologias, Democracia e Sociedade com o objetivo de promover discussões sobre os impactos, para a sociedade, da evolução tecnológica – desde eventos como a invenção da imprensa por Gutemberg, no século XV, até a chegada da Inteligência Artificial nos dias atuais. O ciclo será composto por três mesas de discussões sobre o tema, de quarta a sexta, sempre às 19h30, no auditório da Academia Mineira de Letras. A concepção do ciclo é do presidente da AML, Jacyntho Lins Brandão, do professor Fábio do Nascimento Moura (OAP) e do jornalista Manoel Marcos Guimarães. As inscrições são gratuitas e estão abertas pelo link: https://forms.gle/eMrWzBCQdwp9rHQb6.

Com entrada gratuita e interpretação em libras, o ciclo de debates acontece no âmbito dos projetos “Plano Anual Academia Mineira de Letras – AML (PRONAC 235925)”, previsto na Lei Federal de Incentivo à Cultura – e “Academia Mineira de Letras – Manutenção e Funcionamento 2024- (CA 2018.13609.0261)”, incluído na Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Esses projetos têm  os patrocínios da CEMIG – através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura – e do Instituto Unimed-BH – por meio do incentivo fiscal de mais de cinco mil e seiscentos médicos cooperados e colaboradores.

Novas Tecnologias, democracia e sociedade

A evolução tecnológica sempre teve influência no comportamento humano, ao longo da história, afetando todos os setores, inclusive as artes, com maior ou menor peso. “A invenção da imprensa, por Gutemberg, no século XV, por exemplo, revolucionou a leitura e a disseminação de ideias, com forte impacto na ciência, na educação e na produção artística e literária”, comenta o professor e presidente da AML, Jacyntho Lins Brandão.

Segundo o acadêmico, o Ciclo de debates “Novas Tecnologias, Democracia e Sociedade” vai trazer discussões que abrangem desde esse período de evolução tecnológica, que se dá de forma relativamente lenta até meados do século XX, com o advento da internet. “A partir desse fenômeno digital, assistimos a uma nova revolução, com impactos ainda mais profundos na sociedade humana e, naturalmente, nas ciências e nas artes”, diz.

Brandão acrescenta que a Inteligência Artificial Generativa (IA), inovação recente que chegou causando perplexidade e insegurança, “nos convida a refletir sobre a extensão de seus impactos no comportamento social, na educação, nas comunicações, no direito e na democracia”, diz.  Um dos participantes do Ciclo de Debates, o professor Virgílio Fernandes Almeida, que assina o livro “Algorithmic Institutionalism: the changing rules of social and political life’’ completa que, além dos riscos e impactos, “pretendemos discutir as características da era digital e explorar as possibilidades que a IA, por exemplo, coloca para a sociedade e para o ser humano”.

Programação

No dia 23.10, quarta-feira, o público poderá assistir ao debate da mesa “Tecnologia, ciência e democracia”, com contribuições do professor Virgílio Fernandes Almeida (UFMG) -, sob a mediação da jornalista Bertha Maakaroun. Já no dia 24.10, quinta, na mesa “Tecnologia, leis e mudanças sociais”, as discussões serão conduzidas pelo desembargador Rogério Medeiros  – 3º. Vice-Presidente do TJMG -, e por Taísa Maria Macena de Lima – desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho e professora da PUC-Minas. A mediação é do desembargador Tiago Pinto, que também é coordenador do Espaço Cultural ‘Juiz Diógenes de Araújo Netto’ da Amagis. “Discutir tecnologia, leis e mudanças sociais é essencial para assegurar que o avanço tecnológico caminhe lado a lado com a proteção dos direitos humanos e o bem-estar coletivo, especialmente no ambiente de trabalho”, comenta Taísa Maria Macena de Lima.

Ainda sobre o assunto, o desembargador Rogério Medeiros acrescenta que a tecnologia caminhou bastante nesta área jurídica e de defesa dos direitos humanos. “Hoje os robôs podem praticar tarefas jurídicas repetitivas e programadas pela inteligência artificial. No entanto, não podem julgar casos concretos para cuja solução se exige valoração e experiência, como as que envolvem direitos fundamentais. Robôs não possuem sentimentos; logo não são aptos a analisar valores que a cultura humana procura realizar, para satisfazer necessidades materiais e espirituais das pessoas. Por exemplo: o verdadeiro, o belo, o bem, o justo e o sagrado”, pondera.

A última mesa, marcada para o dia 25.10, sexta-feira, intitulada “Novas tecnologias, comunicação e transformações culturais” é formada por Ana Elisa Ribeiro – professora do Cefet-MG, escritora e editora -, e por João Antônio de Paula – professor da UFMG, Doutor em História Econômica – sob a mediação da escritora e psicanalista Ana Cecília Carvalho. Segundo Ana Elisa Ribeiro, as tecnologias são um conjunto de equipamentos, aplicações, softwares, mas também podem ser vistas como um conjunto de possibilidades e oportunidades. “De outra perspectiva, também significam exclusão, assimetrias e hegemonias. No âmbito da educação, e também no da cultura, estamos sempre num entre lugar desde o qual já não devemos nos apropriar apenas do ‘velho e desatualizado’, mas também não alcançamos o novo e promissor. Em muitas situações, vivemos da sucata e do seminovo, em certa medida ávidos por um conhecimento que torne tudo francamente útil e benéfico. Vamos abordar aqui, entre outros assuntos, a relativa democratização das TD, assim como a noção filosófica de tecnodiversidade, buscando um cenário mais autônomo, criativo e plural”, pontua Ana Elisa.

O ciclo de debates “Novas tecnologias, democracia e sociedade” é promovido pela Academia Mineira de Letras, com apoio da Organização dos Aposentados da Universidade Federal de Minas Gerais (OAP-UFMG) e da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis).

Sobre os participantes

Virgílio Fernandes Almeida é professor (UFMG)  e autor do livro  “Algorithmic Institutionalism: the changing rules of social and political life’’.

Bertha Maakaroun é Doutora em ciência política, pesquisadora e jornalista especializada em análise e cobertura política do jornal ESTADO DE MINAS e comentarista da Rádio CBN.

Rogério Medeiros Garcia de Lima é Terceiro Vice-Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais; foi presidente do Tribunal de Regional Eleitoral de Minas Gerais. É doutor em Direito Administrativo pela UFMG. Professor, conferencista e escritor. Autor do livro “Redes Sociais em Prosa e Verso” (Del Rey, 2024).

Taísa Maria Macena de Lima é Doutora e Mestre em Direito pela UFMG; Desembargadora do Trabalho; Professora do Curso de Graduação em Direito da PUC Minas; Professora do Mestrado e Doutorado em Direito da PUC Minas; Ex-bolsista do DAAD; Membro da Academia de Juristas Católicos Humanistas ACJH-ABH; Pesquisadora do Centro de Estudos em Biodireito – CEBID.

Tiago Pinto é desembargador do TJMG, aposentado. Bacharel em Direito pela PUC Minas, cursou na Faculdade de Filosofia da Companhia de Jesus as cadeiras do Curso de Ética, Lógica, Filosofia da Linguagem, Introdução à Filosofia, História da Filosofia Antiga e Medieval. Foi Juiz do Tribunal Regional Eleitoral. É coordenador do Espaço Cultural Itinerante ‘Juiz Diógenes de Araújo Netto’, da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis).

Ana Elisa Ribeiro é linguista aplicada, professora titular do Departamento de Linguagem e Tecnologia do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), onde atua em três níveis de ensino: pós-graduação stricto sensu, bacharelado em Letras e ensino médio. É pesquisadora do CNPq e da Fapemig. Estuda a relação entre tecnologias digitais, leitura e escrita há mais de vinte anos. Entre seus livros mais recentes estão Multimodalidade, textos e tecnologias (Parábola, 2021) e Em busca do texto perfeito (Parábola, 2024). É autora de livros literários, entre eles uma adaptação tecnológica de Romeu e Julieta ganhadora do prêmio Jabuti juvenil em 2022, Romieta e Julieu (RHJ, 2021).

João Antonio de Paula é graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (1973), mestre em economia pela Unicamp (1977) e doutor em história econômica pela USP (1988). É Professor Titular do Departamento de Ciências Econômicas e do Cedeplar. Foi Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento e Pró-Reitor de Extensão da UFMG. Tem experiência nas áreas de economia e história, com ênfase em história econômica e economia política, atuando principalmente nos seguintes temas: economia política marxista, meio ambiente, história econômica, economia mineira, cidades.

Ana Cecília Carvalho é escritora premiada (finalista do Jabuti, entre outros) e psicanalista, doutora em Literatura Comparada e mestre em Psicologia. Foi professora de Psicanálise na UFMG até 2009, quando se aposentou.  Em agosto de 2024, foi eleita para ocupar a Cadeira 36 da Academia Mineira de Letras.

PROGRAMA – CICLO DE DEBATES Novas Tecnologias, democracia e sociedade

23, 24 e 25 de outubro, de quarta a sexta, sempre às 19h30, auditório da Academia Mineira de Letras

23 de outubro, quarta-feira

Abertura com Jacyntho Lins Brandão, presidente da AML

Conferência de abertura: Tecnologia, ciência e democracia com

Virgílio Fernandes Almeida (UFMG)

Moderadora: Bertha Maakaroun

24 de outubro, quinta-feira

Mesa: Tecnologia, leis e mudanças sociais com Desembargador Rogério Medeiros (TJMG) e

Desembargadora Taísa Maria Macena de Lima (TRT e PUC MG)

Moderador: Desembargador Tiago Pinto (Amagis) e Coordenador do Espaço Cultural  ‘Juiz Diógenes de Araújo Netto’ da Amagis

25 de outubro, sexta-feira

Mesa: Novas tecnologias, comunicação e transformações culturais com

Ana Elisa Ribeiro (CEFET-MG) e João Antônio de Paula (UFMG)

Moderadora: Ana Cecília Carvalho  (AML- UFMG)

Concepção: Presidente Jacyntho Lins Brandão, professor Fábio do Nascimento Moura (OAP) e Jornalista Manoel Marcos Guimarães

Cemig: a energia da cultura

Como a maior incentivadora da cultura em Minas Gerais, a Cemig segue investindo e apoiando as diferentes produções artísticas existentes nas várias regiões do estado. Afinal, fortalecer e impulsionar o setor cultural mineiro é um compromisso da Companhia, refletindo seu propósito de transformar vidas com energia.

Ao abraçar a cultura em toda a sua diversidade, a Cemig potencializa, ao mesmo tempo que preserva, a memória e a identidade do povo mineiro. Assim, os projetos incentivados pela empresa trazem na essência a importância da tradição e do resgate da história, sem, contudo, deixar de lado a presença da inovação.

Apoiar iniciativas como essa reforça a atuação da Cemig em ampliar, no estado, o acesso às práticas culturais e em buscar uma maior democratização dos seus incentivos.

Instituto Unimed-BH

O Instituto Unimed-BH completou 20 anos em 2023. A associação sem fins lucrativos foi criada em 2003 e, desde então, desenvolve projetos socioculturais e socioambientais visando à formação da cidadania, estimulando o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentando a economia criativa, valorizando espaços públicos e o meio ambiente. Ao longo de sua história, o Instituto destinou cerca de R$ 190 milhões por meio das leis de incentivo municipal e federal, fundos do idoso e da criança e do adolescente, com o apoio de mais de 5,6 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. Em 2023, mais de 20 mil postos de trabalho foram gerados e 2 milhões de pessoas foram alcançadas por meio de projetos em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.

Acesse www.institutounimedbh.com.br e saiba mais.