Exposição, que exibe cerca de 150 folhetos, cobrindo mais de três séculos e meio da literatura de cordel em Portugal, faz parte do projeto Universidade Livre – Plano Anual de Manutenção AML, realizado mediante a Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Unimed-BH, por meio do incentivo fiscal de mais de 4,5 mil médicos cooperados e colaboradores e copatrocínio da CBMM. A AML integra o Circuito Liberdade.
A literatura de cordel do Brasil – parte da história cultural dos brasileiros – serviu de grande inspiração a manifestações eruditas, tanto na literatura quanto no cinema e nas artes plásticas. Pouca gente sabe, mas o cordel tem origem europeia, e chegou ao Brasil com os modelos do cordel português. Alguns desses modelos poderão ser apreciados na exposição “Folhetos de Cordel Portugueses”, que será aberta no dia 08 de novembro, às 9 horas na Academia Mineira de Letras.
PROGRAMA EDUCATIVO: A exposição contará com monitores voluntários para atendimento ao público, um programa educativo ofertado a escolas públicas que funcionará em dois horários no turno da manhã: das 8h30 às 9h40 e das 10h às 11h20, com duração de 1 hora e 20 minutos por visita, nos dias 8, 9, 13, 14, 16, 17, 20, 21, 22 e 23 de novembro. Além disso, a mostra terá um programa especializado de atendimento (por meio de agendamentos) a deficientes visuais e auditivos. Todas as ações educativas serão feitas em parceria com o CEFET , com a Svoa, empresa especializada em audiodescrição e várias instituições especializadas em deficiências e inclusão.
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Pela primeira vez em Belo Horizonte, será possível ver expostas largas dezenas de folhetos de cordel portugueses pertencentes à mais vasta coleção particular que se conhece, a coleção de Arnaldo Saraiva, que inclui exemplares impressos desde os primórdios do século XVII até a extinção dessa forma de expressão em Portugal, nos meados do século XX. Alguns deles são exemplares únicos. A maioria são raridades.
Arnaldo Saraiva, que fará uma palestra sobre a exposição no dia 7 de novembro, às 19h30, é professor emérito da Universidade do Porto, de cuja Faculdade de Letras foi professor titular, e é também ensaísta, cronista, poeta, tradutor, sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras e um dos maiores conhecedores e divulgadores da nossa cultura e da nossa literatura em Portugal e outros países.
Sobre os seus folhetos, diz Arnaldo Saraiva que nunca os adquiriu como “colecionador” e que, “dispersos que andavam por gavetas ou caixas”, só muito tarde se apercebeu de que tinha uma “coleção”, que justifica nestes termos:
“O meu interesse pelos folhetos veio do meu gosto pela literatura, que, ao contrário /…/ do comum gosto de acadêmicos ou letrados, nunca desvalorizou os modelos da chamada ‘literatura oral’; e convém não esquecer que os textos de muitos folhetos, a começar pelos teatrais, não só prezam os registos que lembram a oralidade, como foram, ou são ainda, lidos em voz alta, recitados e cantados. Mas cedo me dei conta de que até em folhetos bem pobres de literatura podia encontrar matéria de interesse – histórico, social, etnográfico, religioso, linguístico, humorístico etc.”, comenta.
A mostra torna evidentes algumas relações do folheto de cordel português com o folheto de cordel nordestino, relações não só de linguagem, estilo, temas, conteúdos e formas literária mas também – para não falarmos de exposição, circulação e venda – de tipos de papel, de modelos de impressão, de formatos, de grafismos, de ilustrações, começando pelas da “capa”, que se valeu com frequência e com relevância da xilogravura, mas não desconheceu outras artes e técnicas gráficas, como as da litografia, da zincogravura, da fotogravura, etc.
SERVIÇO:
Exposição “Folhetos de Cordel Portugueses”, coleção de Arnaldo Saraiva
Palestra de Abertura: 07 de novembro, às 19h30, com palestra de Arnaldo Saraiva.
Visitação: de 8 a 26 de novembro
Horário: das 9h às 20h (de segunda a segunda)
Local: Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia, 1466 – Lourdes – BH/MG).
Entrada gratuita. academiamineiradeletras.org.br
Instituto Unimed-BH
Associação sem fins lucrativos, o Instituto Unimed-BH foi criado em 2003 com a missão de conduzir o Programa de Responsabilidade Social Cooperativista da Unimed-BH. Os projetos desenvolvidos têm na saúde sua área prioritária, mas mantêm interface com outros campos por meio de cinco linhas de ação: Comunidade, Meio ambiente, Voluntariado, Adoção de espaços públicos e Cultura.