Menos de um mês após o lançamento em Montes Claros, cidade natal, o jornalista Alberto Sena lançou em Belo Horizonte o seu livro de estreia, “Nos Pirineus da Alma”. Trata-se da narrativa de sua experiência ao fazer o milenar Caminho de Santiago, por duas vezes, a pé, acompanhado pela esposa Sílvia. Brincando, brincando, são 1.300 quilômetros com mochila nas costas e apoiados em cajados.
Afianço: é um volume precioso, sob vários aspectos e que pode incentivar novos peregrinos à histórica e esplêndida viagem pela península ibérica. Quem não se animar à viagem, deverá recorrer a esta obra, cujo lançamento foi na Livraria Ouvidor, na rua Fernandes Tourinho, 253, aproveitando a manhã sabatina.
Ivana Rabello, doutora em literatura, professora e escritora, declarou: “confesso que, ao cabo da leitura deste livro, escrito por Alberto Sena Batista, precisei fechar o olhos e iniciar eu própria uma caminhada interior. O que se lê – um misto de relato de viagem, um diário de peregrinação, uma narrativa de aventura – é o resultado da árdua e corajosa caminhada. Escrito em primeira pessoa, pela voz de Bento/Alberto, oferece ao leitor todo o roteiro da peregrinação do casal, confissões, confabulações, momentos de rara poesia, belas paisagens apresentadas pela letra hábil do jornalista que Alberto Sena Batista é e instantes de prosa filosófica, nos quais um homem, desprendendo-se da pesada bagagem do materialismo, parte decididamente rumo a outras conquistas”.
Itamaury Teles de Oliveira, também jornalista e escritor, da Academia Montes-clarense de Letras e da Maçônica de Letras, afirmou: “ao ler este relato extremamente rico em detalhes, repleto de reflexões que só o corpo extenuado pela dura jornada mística pode produzir, cheguei à conclusão de que será infrutífera a busca por explicações tangíveis no campo da racionalidade humana. Não há, evidentemente, qualquer relação de causa/efeito a justificar algo que transcende a nossa capacidade de entendimento. A resposta está muito além do além…”.
Há pessoas que fazem de conta que cumprem o itinerário, como Paulo Coelho, mas pegam ônibus, táxi, van etc. Para Alberto Sena, Prêmio Esso de Reportagem, deve-se levar apenas o essencial; roupa do corpo, uma muda, três camisas, cuecas, dois pares de meia, um ponche com artigos de higiene, além de queijo e outras coisinhas. “A gente aprende que não precisa de tanta coisa para viver bem”.
O escritor pondera: “Olha, para dizer a verdade, eu fui como uma espécie de cano de PVC vazio. A torrente de água dentro dele veio do alto. Numa época de convulsão social como a que vivemos, quando o ódio, o rancor, a mágoa, a inveja e os demais sentimentos negativos imperam, “Nos Pirineus Da Alma” irradia o amor, as boas relações humanas, a energia positiva do xaminho, a magia, o magnetismo e o misticismo também. Afinal, convivemos com gente de várias partes do mundo e nos demos muito bem. A humanidade e o Brasil, principalmente, estão precisando, urgentemente, de resgatar os valores verdadeiros, que põem em pé, dignamente, os homens e as mulheres. Caso contrário, o Brasil e a humanidade como um todo caminharão célere rumo ao fim”.
Por Manoel Hygino dos Santos, 1° tesoureiro da Academia Mineira de Letras, ocupa a cadeira nº 23