A história da Editora Impressões de Minas começa em 2010, quando Elza Silveira e seu sócio, Wallison Gontijo, resolveram assumir a pequena gráfica do pai, Osvaldo Silveira, e compraram, além das máquinas que ele tinha, uma impressora offset capaz de potencializar a produção de livros. Nesta entrevista, Elza conta um pouco da história da Impressões de Minas, editora agraciada pelo Prêmio AML pela publicação do livro Caruncho, da escritora Laura Cohen Rabelo, e destaca a importância de um prêmio como esse para destacar o trabalho muitas vezes invisível das editoras.

Como surgiu a editora Impressões de Minas?

Em 2010, quando Elza Silveira e seu sócio, Wallison Gontijo, resolveram assumir a pequena gráfica que era do pai de Elza, Osvaldo Silveira, e compraram, além das máquinas que ele tinha, uma impressora offset capaz de potencializar a produção de livros, pois até então a gráfica produzia apenas materiais para o comércio em geral. A ideia era que a Impressões de Minas fosse, aos poucos, se tornando uma editora que tivesse uma oficina gráfica para que toda a produção do livro fosse feita no mesmo lugar: da preparação dos originais à impressão. Desde então, essa produção foi potencializada e a editora cresceu. Hoje, a editora realiza todo o processo de edição e a impressão em um só lugar. Além disso, a Impressões de Minas produz duas feiras voltadas para a divulgação e circulação de livros e artes gráficas: a Feira Textura e a Feira Urucum.

Por que é importante que um prêmio reconheça também a editora além de um livro ou autor?

Um livro é feito a partir de várias mãos, vários pensamentos e uma divisão social do trabalho. Reconhecer o trabalho feito pelas editoras é importante para mostrar que existem várias pessoas que estão envolvidas no processo pelo qual passa um texto até que ele se torne um livro. Na maioria das vezes, os leitores não percebem as inúmeras escolhas que são feitas para que, no final, o livro fique bonito e confortável para a leitura, e se por um lado isso é bom, pois significa que o trabalho foi bem feito, por outro torna invisíveis as inúmeras mãos que estão por trás desse trabalho. No nosso caso específico, todo o ciclo da edição é feito e pensado junto com os autores, dentro de casa, desde a preparação dos originais e revisão do texto, passando pela criação do projeto gráfico e diagramação, pela finalização da arte, pela impressão e acabamento e, finalmente, pela distribuição do livro para a venda em livrarias, sites e feiras. Reconhecer o trabalho das editoras é também reconhecer que o livro faz parte de uma larga escala cultural, social e econômica, é valorizar os protagonistas que fazem parte de todo esse processo.

E como este prêmio pode ajudar a alavancar, na prática, a carreira de um livro como Caruncho? Alguma estratégia já traçada?

O prêmio é um reconhecimento e um incentivo de extrema importância porque potencializa nossa esperança no livro, uma vez que ele passa ser apresentado para os leitores de uma maneira mais forte, reforçando a qualidade literária do texto e do processo de edição. Já vivemos a experiência de ter dois livros como finalistas na categoria poesia do Prêmio Jabuti, o “Dicionário de Imprecisões”, de Ana Elisa Ribeiro, em 2020, e o “Extraquadro”, de Ricardo Aleixo, em 2022, e com isso há uma maior procura por parte não só dos leitores, por meio da venda direta em nosso site ou em feiras e eventos ligados à literatura, como por parte das livrarias e distribuidoras. Para o “Caruncho”, já estamos pensando, junto com a autora, Laura Cohen Rabelo, uma segunda impressão com tiragem maior que a primeira, e nela faremos menção à premiação recebida.

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