Segurant, o cavaleiro do Dragão, é o novo integrante da Távola redonda do Rei Arthur, descoberto, em manuscritos da Idade Média, pelo escritor, paleógrafo, historiador, ator e arquivista franco-italiano Emanuele Arioli. Após enorme repercussão no mercado editorial francês, essa pesquisa chega ao Brasil – pelo grupo Autêntica –, no formato de três obras, em diferentes gêneros, intituladas Segurant, O Cavaleiro do Dragão: um romance adulto (Editora Vestígio), um livro infantil (Editora Yellowfante) e uma história em quadrinhos (Editora Nemo). No dia 05.09, quinta, em parceria com a Embaixada da França no Brasil, a Academia Mineira de Letras recebe Emanuele Arioli para a palestra Segurant, o cavaleiro do dragão – a existência de mais um cavaleiro na corte do Rei Artur, seguida de lançamento dos livros e sessão de autógrafos, a partir das 19h30, no auditório da AML, com entrada gratuita. A mediação é do presidente da casa, o professor Jacyntho Lins Brandão.

A palestra será ministrada em português, com acessibilidade em Libras. Para emissão de certificado é necessário se cadastrar previamente pelo link disponível na bio do @amletras. Este evento ocorre no âmbito do projeto “Plano Anual Academia Mineira de Letras – AML (PRONAC 235925)”, previsto na Lei Federal de Incentivo à Cultura e tem o patrocínio do Instituto Unimed-BH – por meio do incentivo fiscal de mais de cinco mil e seiscentos médicos cooperados e colaboradores.

A descoberta

Em 2023, um grande acontecimento movimentou o mercado editorial francês: a descoberta de trechos de textos medievais que atestavam a existência de mais um cavaleiro na corte do Rei Artur. Diferentemente de outros nomes, como Merlin, Tristão, Perceval e Gilead, que ficaram imortalizados no imaginário ocidental, Segurant, o misterioso cavaleiro que lutou contra um dragão, foi esquecido de uma das lendas mais famosas de todo o mundo.

Isso acaba de mudar, graças ao esforço do paleógrafo arquivista francês Emanuele Arioli, que encontrou porções do romance em que Segurant aparece, em cópias malconservadas e espalhadas por museus da Europa e dos Estados Unidos. O primeiro fragmento foi descoberto ao acaso, na Biblioteca do Arsenal, em Paris. Isto deu início a um trabalho de pesquisa e reconstituição histórica que levou 10 anos e passou por cinco países – França, Itália, Alemanha, Bélgica e Estados Unidos –, resultando num total de 28 textos. Juntos, eles formaram a base de três livros.

“É um texto inédito e desconhecido da lenda do Rei Artur, permanecendo enterrado nos manuscritos da Idade Média. Hoje pensávamos que não encontraríamos mais romances deste período. Por isso, é uma descoberta extraordinária”, garante o autor, que é também professor de língua e literatura medieval da Universidade Politécnica de Hauts-de-France, em entrevista ao Actualitté.

Um novo convidado para a Távola Redonda

As pesquisas realizadas por Emanuele mostram que, do século XIII ao XV, o romance de Segurant fez grande sucesso e foi amplamente lido na França, na Itália, na Espanha, na Grã-Bretanha, dentre outros países da Europa medieval, tendo passado por várias continuações e reescritas. Não se sabe ao certo por qual motivo sua história acabou caindo no esquecimento. Mas há algumas hipóteses que parecem mais plausíveis para explicar a dispersão do romance em fragmentos.

Uma delas, segundo o autor, é o fato de que, desde o fim do século XIII, as coletâneas de episódios pareciam ter mais sucesso que os longos romances. Assim, compiladores passaram a copiar episódios sem relação entre eles, de modo que um mesmo texto, antes parte de um longo romance, passava a existir fragmentado em dezenas ou até centenas de manuscritos. Outra hipótese é o declínio, durante o Renascimento, da literatura arturiana, o que levou muitos antigos manuscritos medievais a serem descartados ou destruídos.

Outra hipótese tem a ver com a Igreja. No século XVI, o Concílio de Trento incluiu as “profecias obscuras de Merlin” no Índex dos Livros Proibidos. Por fim, não foram apenas as chamas do auto de fé promovido pela igreja que transformariam em cinzas a história de Segurant: incêndios acidentais ou criminosos também queimariam os locais de conservação dos manuscritos nos séculos seguintes.

O conjunto de obras de Segurant, o cavaleiro do dragão, foi traduzido para o português por Emanuele Arioli. A jornada do autor em busca de Segurant também se transformou em documentário,  visto por milhares de pessoas no canal francês Arte.

Sinopse das obras

O ROMANCE:  SEGURANT, o Cavaleiro do Dragão (Editora Vestígio)

Superando todos os cavaleiros de sua época em força e bravura, Segurant vence todos os torneios de cavalaria que disputa, até ser enfeitiçado pelas fadas Morgana e Sibila, que o enviam numa incessante caçada a um dragão imaginário que cospe fogo. As extraordinárias aventuras desse cavaleiro da Távola Redonda permaneceram esquecidas por séculos até serem redescobertas por Emanuele Arioli, um jovem medievalista que vasculhou bibliotecas de toda a Europa em busca dos manuscritos desse romance arturiano. Após mais de uma década de pesquisa meticulosa, Arioli revela agora este texto perdido, adornado com iluminuras dos manuscritos originais, tornando-o acessível pela primeira vez ao público.

O ROMANCE INFANTOJUVENIL – SEGURANT, o Cavaleiro do Dragão (Editora Yellowfante)

Manu é um caçador de lendas, um jovem e entusiasmado pesquisador que sonha em descobrir uma história desconhecida, nunca antes contada. Um dia, enquanto percorre as prateleiras de uma biblioteca, seu caminho cruza o de um cavaleiro cujo nome ele ainda não conhece: Segurant. A partir desse momento, localizar a história completa de sua lenda e descobrir as aventuras de Segurant, o cavaleiro enfeitiçado, se torna o único objetivo de Manu. De cidade em cidade, por quase dez anos, Manu continuará sua busca, perseguindo o cavaleiro – que, por sua vez, persegue incansavelmente um dragão – e nos levando junto com ele nessa incrível nova lenda arturiana. Um misto entre história em quadrinhos e livro infantojuvenil ricamente ilustrado, Segurant, O Cavaleiro do Dragão nos faz mergulhar em um fascinante mundo medieval onde fadas e dragões formam uma aliança, as lutas entre cavaleiros são frequentes e as façanhas são incontáveis. A descoberta de uma lenda inédita do ciclo arturiano é um acontecimento especial.

A GRAPHIC NOVEL – SEGURANT, o Cavaleiro do Dragão (Editora Nemo)

Século V. Na Grã-Bretanha devastada pela guerra, o Rei Artur se ergueu para unir os povos celtas. “Um reino, um rei, uma fé”, proclamam com orgulho os Cavaleiros da Távola Redonda. No entanto, essa nobre busca pela paz levou ao banimento de antigos cultos e tradições mágicas… Longe desse tumulto, no coração das Terras Livres, um jovem celta com enigmáticos olhos de relâmpago descobre que é filho de uma poderosa feiticeira. Será que ele terá coragem suficiente para aceitar seu destino e partir rumo ao desconhecido? Será que ele irá embarcar em uma busca extraordinária… a busca do Santo Graal? O Cavaleiro do Dragão é o resultado de uma descoberta histórica feita por Emanuele Arioli. Depois de uma intensa pesquisa de mais de uma década por toda a Europa, ele conseguiu reconstituir um texto que estava perdido havia quase setecentos anos, contando a lenda do Rei Artur. Como um enorme quebra-cabeça, ele juntou dezenas de manuscritos, revelando, séculos depois de sua criação, o misterioso destino de um herói pouco conhecido da Távola Redonda: o Cavaleiro do Dragão! Esse universo épico foi agora trazido à vida, ilustrado pelo talento de Emiliano Tanzillo.

Sobre Emanuele Arioli

Emanuele Arioli é medievalista, arquivista-paleógrafo e escritor francês. Nascido na Itália, é mestre de conferências em línguas e literaturas medievais pela Universidade Politécnica Hauts-de-France e doutor em Estudos Medievais pela Universidade Sorbonne e o Collège de France. Após completar sua formação em prestigiadas instituições, tem se destacado no campo das línguas e das literaturas medievais. Em sua carreira acadêmica se destaca a redescoberta de manuscritos medievais esquecidos, culminando na tradução moderna do romance Segurant, o cavaleiro do dragão. Seu trabalho não só reavivou o interesse pelas lendas arturianas, mas também enriqueceu a literatura medieval contemporânea.

Instituto Unimed-BH

O Instituto Unimed-BH completou 20 anos em 2023. A associação sem fins lucrativos foi criada em 2003 e, desde então, desenvolve projetos socioculturais e socioambientais visando à formação da cidadania, estimulando o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentando a economia criativa, valorizando espaços públicos e o meio ambiente. Ao longo de sua história, o Instituto destinou cerca de R$ 190 milhões por meio das leis de incentivo municipal e federal, fundos do idoso e da criança e do adolescente, com o apoio de mais de 5,6 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. Em 2023, mais de 20 mil postos de trabalho foram gerados e 2 milhões de pessoas foram alcançadas por meio de projetos em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.

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