Academia Mineira de Letras
13 de abril de 2018
Boa noite a todos.
Saúdo os integrantes da mesa e os acadêmicos presentes.
Em festa, dirijo um cumprimento especial ao confrade Caio Boschi, dando-lhe as boas-vindas à Academia Mineira de Letras, fundada em Juiz de Fora, em 25 de dezembro de 1909 por um grupo de doze jovens intelectuais amantes da Literatura e da Língua Portuguesa, da educação e das artes.
Mantendo-se fiel à sua missão de agregar mulheres e homens, em convivência fraterna, em torno das letras, a Casa de Alphonsus de Guimaraens, Vivaldi Moreira e Henriqueta Lisboa chegou a 2018 sintonizada com o seu tempo. Nas academias contemporâneas, não há mais espaço para o auto centramento, o culto à personalidade ou a vaidade, quase sempre frívola, ou tola. O que se espera delas é que trabalhem pela Cultura. Agora mais que centenária, a academia mineira consagra-se como um lugar privilegiado de partilha e divulgação – do conhecimento, da reflexão e da crítica – oferecendo a todos, gratuitamente, intensa programação cultural e o acesso a um acervo bibliográfico e documental de primeira linha.
Lar dos poetas e dos prosadores, a Academia também abriga, de braços abertos, os que se dedicam a pesquisar a nossa história. Foi com entusiasmo que recebeu, no passado, Diogo e Salomão de Vasconcellos, Abílio Barreto, João Camilo de Oliveira Torres, Agripa Vasconcelos e José Crux Rodrigues Vieira, para citar apenas alguns. É com idêntico orgulho que registra, no presente, os nomes de Amilcar Martins Filho e de Ronaldo Costa Couto, ambos apaixonados pela ciência de Clio.
Foi também com imensa alegria que elegeu o antecessor de Caio, Oiliam José, secretário geral perpétuo da instituição, onde ingressou em 1960 nela permanecendo até 2017, como o seu decano. Autor das Efemérides, enciclopédia indispensável para conhecer a trajetória da Academia no seu primeiro século, o historiador de Rio Branco honrou, por quase seis décadas, a bela tradição da cadeira de número trinta, que teve Luiz Joaquim de Oliveira como fundador e Oscar Nogueira da Gama como patrono, e que terá, a partir de agora, como seu segundo ocupante, um dos mais respeitados historiadores brasileiros.
Segundogênito de dona Emília e do senhor Caimme, que por décadas comandou a mítica padaria Boschi, patrimônio da memória afetiva da cidade, Caio nasceu em Belo Horizonte, no coração da comunidade italiana. Até casar-se, aos vinte e três anos, morou na chamada Vila Boschi, erguida pelos avós Belina e Pasquale sobre um terreno de seis mil metros quadrados na rua Peçanha, no bairro Carlos Prates. É o neto homem – mais velho – do filho mais velho. Cresceu em uma família que sempre tratou as tradições, a memória e a história com imenso apreço. Dos pais, herdou, de certo modo, o culto aos documentos e a obsessão em preservá-los. “A história entrou em minha casa pela porta da frente”, escreveu um dia. No pai, especialmente, Caio identificou a alma de um memorialista, a seu modo, e se perguntou, em texto de 91: “quem sabe não foram esses contatos que me inocularam desde cedo a noção de história como memória viva”?
Caio fez o primário no Grupo Escolar Silviano Brandão. Mais tarde, quando lhe foi dado escolher onde gostaria de continuar seus estudos, não teve dúvidas: optou, decidido, pela então chamada Universidade do Santo André, o Colégio Municipal, onde pontificavam figuras como Guilherme de Azevedo Lage, seu famoso diretor, e professores do porte de Amaro Xisto de Queiroz, tio da acadêmica Maria José de Queiroz, e um dos mestres que mais o inspirou a trilhar a carreira de historiador. Foi das mãos de Amaro Xisto que, ao término de sua trajetória como aluno do Municipal, Caio recebeu o documento conferindo-lhe o grau de distinção e ‘suma cum laudae’ na disciplina História Geral e do Brasil. Outros tutores inesquecíveis foram Luís Carlos Alves, com quem adquiriu o gosto pela literatura, Luiz Bicalho e Sami Sirihal. Nos tempos do Municipal, integrava, com entusiasmo, na qualidade de diretor cultural, a equipe do ativo grêmio de alunos da instituição, o CCPGAL (Centro Cultural Professor Guilherme de Azevedo Lage), confirmando o gosto pela vida associativa que o acompanha até hoje.
O ingresso na Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais, em 1966, foi o passo seguinte do aluno dedicado.
Na disciplina “Introdução aos Estudos Históricos”, foi aluno de Amaro Xisto. Supervisionado pelo professor Nelson de Moura, iniciou-se nos segredos da paleografia do período colonial brasileiro. Logo nos primeiros anos como estudante da UFMG, participou em Lins, no interior de São Paulo, do importante congresso de estudantes de história promovido pela Federação Brasileira de Centros de Estudos Históricos, cuja seção mineira presidiu, em 68. Ativo participante da vida universitária, foi membro do Centro de Estudos Históricos da escola, ainda situada no inesquecível prédio da Rua Carangola, no bairro Santo Antônio.
Graduado em História, começou a lecionar. Deu aulas no Colégio Estadual de Minas Gerais, na sua unidade Central e no anexo da Gameleira, e no Colégio Municipal, nas unidades de São Cristóvão e Marconi. Também atuou como professor de História Contemporânea na Fundação Universidade do Oeste de Minas e como professor de Prática e Didática da História na Faculdade de Educação da UFMG, quando conviveu com a querida acadêmica Alaíde Lisboa de Oliveira. No começo da década de setenta, ingressou na então Universidade Católica de Minas Gerais, também como professor de História Contemporânea. Ali, propôs a criação de disciplinas voltadas para a produção do conhecimento histórico, como Introdução à Pesquisa Histórica e Historiografia, e a celebração de um convênio com o Arquivo Público Mineiro, para que os estudantes pudessem se exercitar como pesquisadores.
Em 72, interessado em fazer uma análise comparativa entre os compromissos das irmandades de Minas Gerais e de Portugal, partiu para seu primeiro estágio de pesquisa naquele país. Foi quando conheceu um dos mestres que mais influência exerceria em sua formação: o rigoroso professor Jorge Borges de Macedo, com quem ampliou seus conhecimentos no campo da metodologia da investigação histórica. Instado por seu orientador, acabou por compor um roteiro para auxiliar os estudiosos da história do Brasil nos arquivos portugueses.
O guia preparado por Caio foi publicado pela prestigiada Revista de História da USP, em 1975, então dirigida pelo professor Eurípedes Simões de Paula. A repercussão foi enorme. Não havia, no Brasil, estudo semelhante, embora fosse antiga a preocupação dos intelectuais brasileiros a respeito do assunto. Raimundo José da Cunha Matos e o Cônego Januário da Cunha Barbosa, fundadores do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o IHGB, foram pioneiros em propor essa importante tarefa. No Império, Antonio Meneses Vasconcelos de Drummond e o poeta Gonçalves Dias se animaram em empreendê-la. Na República, Oliveira Lima organizou o catálogo de documentos relativos ao Brasil existentes no Museu Britânico, em Londres. Mais tarde, por indicação de Max Fleiuss, também do IHGB, Norival de Freitas seguiu para Portugal a fim de extrair cópias de documentos valiosos à história brasileira. Em 1912, foi a vez de Pedro Souto Maior, enviado a Lisboa pelo Barão do Rio Branco, então presidente do IHGB. O próprio Rio Branco, Joaquim Nabuco e Guilherme Chambly Studart, o Barão de Studart, se empenharam na missão de coletar documentação sobre o país na Europa. Em nome da Biblioteca Nacional, Manuel Cícero Peregrino da Silva e José Honório Rodrigues também se encarregaram da matéria, trabalho que igualmente mobilizou Pedro Calmon e Manuel Nunes Dias. Embora, portanto, alguns já houvessem escrito sobre o tema, as indicações até então realizadas se revestiam de caráter bastante genérico e parcial, sem a precisão e o detalhamento alcançados por Caio.
Quatro anos depois, veio o primeiro desdobramento do trabalho sobre os arquivos, também utilíssimo aos especialistas na área: o livro intitulado “Fontes Primárias para a história de Minas Gerais em Portugal”, publicado pelo Conselho Estadual de Cultura de Minas Gerais, no âmbito de sua Coleção Mineiriana. Como explica o seu autor, a essência da obra são os próprios documentos encontrados nos acervos portugueses sobre a história do estado. Na apresentação, escreve o professor Aires da Mata Machado Filho, antigo ocupante da cadeira de número trinta e três dessa Casa: “É trabalho para universitário que se consagra, simultaneamente, ao magistério e à pesquisa, a posse de linguagem concisa e enxuta. Sem tiradas pomposas, sempre irritantes aos que procuram simplesmente o esclarecimento necessário, tem-se aqui a informação suficiente, tanto no corpo do volume, como nos dois apêndices. ” Tal estudo foi reeditado em 98 no âmbito da Coleção Mineiriana, da Fundação João Pinheiro.
O roteiro sobre os arquivos teve vida longa. Em 86, foi publicado pelas Edições do Arquivo do Estado de São Paulo, naquele momento comandado por José Sebastião Witter. Chegou em versão revista e ampliada, ganhando o nome de “O Brasil nos Arquivos e Bibliotecas de Portugal: levantamento bibliográfico crítico dos arquivos e bibliotecas de Portugal úteis ao pesquisador de História do Brasil.” Na obra, capítulos tratando dos arquivos de Braga, Coimbra, Évora, Lisboa, Muge, Penalva do Castelo, Porto, Vila Real e Vila Viçosa. No prefácio, Witter destaca, para o leitor, aspecto fundamental da ética intelectual que sempre norteou a conduta de Caio Boschi: “Obras como esta representam a magnanimidade de espírito, que divide com muitos o resultado de seu trabalho e com isso facilita a vida daqueles que iniciam suas caminhadas pela difícil e intrincada vereda dos trabalhadores da História. Cada dia são mais necessárias obras como esta, pois elas socializam o conhecimento ao transferir para muitos aquilo que poderia ser de um.”
Em 95, o roteiro mereceu edição da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, de Lisboa.
Em 2011, ganhou nova publicação da Editora Alameda, sob o título “O Brasil- Colônia nos arquivos históricos de Portugal – roteiro sumário”.
Pois bem. Regressando de seu primeiro estágio científico em Portugal, Caio Boschi reassumiu a docência.
Em 74, foi um dos fundadores do Programa de Especialização de Professores de Ensino Superior, o PREPES, da PUC Minas, em que atuou por mais de duas décadas. Sua experiência como gestor universitário enriqueceu-se com os seis anos passados à frente da Pró Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação da Universidade Católica, em que também foi decano da Reitoria, diretor do Centro de Pesquisa Histórica e onde, atualmente, preside o Centro de Memória e de Pesquisa Histórica.
Em 78, deslocou-se da Faculdade de Educação da UFMG para a Faculdade de História da mesma universidade. Assim como fez na PUC, também na Federal foi um dos responsáveis por introduzir, no currículo escolar, matérias até então desconhecidas dos estudantes, como metodologia e historiografia. Em suas palavras: “o objetivo fundamental do curso deveria ser o de desenvolver no aluno uma atitude científica que lhe desse condições para analisar criticamente a sociedade, em suas várias faces, permitindo que ele se sinta, ao mesmo tempo, agente e produtor da História.” Um dos responsáveis por implantar o bacharelado em História na UFMG, foi coordenador do Setor de Metodologia e Pesquisa Histórica. Em 90, passou a lecionar no mestrado, implementado naquele ano.
No doutorado realizado na Universidade de São Paulo, sob a orientação da professora Maria Regina da Cunha Rodrigues Simões de Paula, defendeu, perante banca integrada, entre outros, pelo saudoso professor Francisco Iglésias, a tese “Estado e irmandades em Minas Gerais no século XVIII”, pesquisa ganhadora do Prêmio Diogo de Vasconcelos, da Secretaria de Estado da Cultura de Minas e lançada em 86 em livro pela Editora Ática com o título “Os leigos e o poder – irmandades leigas e a política colonizadora em Minas Gerais”, considerada a melhor publicação da área de História da década de oitenta.
Dividido em quatro capítulos, além da introdução e das conclusões, o volume aborda a presença das irmandades; Religião e Igreja sob o Estado absolutista português; Igreja, Estado e Irmandades em Minas Gerais e As irmandades na sociedade escravista mineira. É da lavra de Caio Boschi: “A história das confrarias, arquiconfrarias, irmandades e ordens terceiras se confunde com a própria história social das Minas Gerais dos setecentos. Acompanhando suas constituições e desenvolvimento, acompanha-se a formação e a estruturação da sociedade mineira. Os dois fenômenos caminham pari passu. Difícil dizer qual o determinante do outro”. Em outro ponto, escreveu o autor: “As irmandades serviram de sólida base para que se organizassem em Minas outros tipos de agremiações como, por exemplo, as lojas maçônicas. As irmandades tinham criado e desenvolvido na gente mineira o hábito de se congregar e se reunir para o auxílio recíproco.”
Com o mesmo entusiasmo dedicado à pesquisa, Caio Boschi começou a participar das atividades da Associação Nacional dos Professores Universitários de História, hoje chamada Associação Nacional de História. Na presidência da entidade entre 85 e 87, criou vários núcleos regionais e adotou postura firme contra a decisão do Conselho Federal de Educação de transformar as licenciaturas de primeiro grau em Estudos Sociais em Licenciaturas plenas em História ou em Geografia.
Aposentando-se na UFMG em 94, Caio Boschi passou a empenhar-se mais na sua carreira acadêmica no exterior. Em 94, concluiu o Pós Doutorado em Portugal. Nesse mesmo ano, convidado por José Aparecido de Oliveira, trabalhou para conceber uma universidade que congregasse todos os países de língua portuguesa. Até 98, na condição de Leitor de História do Brasil indicado pelo Itamaraty, deu aulas na Universidade de Lisboa e na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, também da capital portuguesa. Entre 99 e 2008, ensinou História do Brasil na Universidade do Porto. Entre 2002 e 2003, como professor convidado, ministrou seminários sobre História Luso-Brasileira na École de Hautes Etudes en Sciences Sociales, de Paris, na França.
A bibliografia de Caio Boschi é extensa. De 88 é “O Barroco mineiro: artes e trabalho”, da coleção Tudo é História, da Editora Brasiliense, em 78 páginas. Nele, Caio Boschi delineia as relações de trabalho na sociedade das minas coloniais, dedicando capítulos específicos aos temas da urbanização e do trabalho livre na região, às condições de trabalho do artista mineiro, ao mercado consumidor de arte daquela época, à regulamentação do trabalho e ao espírito associativo.
De 94 é “Achegas à História de Minas Gerais (século XVIII), da editora da Universidade Portucalense Infante D. Henrique, do Porto. É volume composto por quatro ensaios: “A Universidade de Coimbra e a formação intelectual das elites mineiras coloniais”, “As irmandades leigas em Minas Gerais”, “Apontamentos para o estudo da economia, da sociedade e do trabalho na Minas Gerais Colonial” e “O descobrimento do Brasil: uma temática em discussão”.
A partir de 95, no âmbito do Projeto Resgate Barão do Rio Branco, do Ministério da Cultura, coordenou o tratamento técnico da documentação sobre as capitanias do Grão Pará, do Maranhão e do Rio Negro, trabalho que resultou em três vultosas publicações.
O ano de 98 foi profícuo. Com o apoio da Fapemig e da Puc Minas, Caio publicou, no âmbito da Coleção Mineiriana, da Fundação João Pinheiro, o “Inventário dos Manuscritos avulsos relativos a Minas Gerais existentes no Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa”, dando a conhecer uma massa documental formada por cerca de quinze mil dossiers ou pequenos conjuntos documentais relativos a Minas.
No mesmo ano, participou do segundo e do terceiro volumes da impressionante coleção “História da Expansão Portuguesa”, dirigida por Francisco Bethencourt e Kirti Chaudhuri. Em cada um deles, publicou quatro textos, todos dedicados à relação entre a religião e o estado português nos territórios ultramarinos.
Em 2006, fruto de convênio entre a Fapemig e a Editora da PUC Minas, publicou o “Inventário da Coleção Casa dos Contos – Livros, 1700 – 1891”, de cuja coordenação também participaram Carmen Moreno e Luciano Figueiredo.
Em 2007, pela Ática, lançou “Por que estudar História?”, organizado em quatro capítulos, redigido em linguagem clara e direta, acessível a todos, sobretudo aos estudantes do ensino médio.
Também em 2007, no âmbito da Coleção “Tesouros do Arquivo”, organizou a publicação de um dos mais importantes textos da história administrativa do Brasil colonial: “Instrução para o Governo da Capitania de Minas Gerais”, de José João Teixeira Coelho, que o teria redigido em 1782. Fascinado pelo personagem, obcecou-se por levantar o seu percurso biográfico, quando muitos de seus colegas, entre eles o mestre Iglésias, já haviam sucumbido diante da difícil tarefa. Bem-sucedido em seu intento, no referido volume Caio também tratou da leitura paleográfica, da transcrição documental e dos textos introdutórios.
Em 2010, foi o organizador e autor do estudo crítico “Coleção Sumária e as próprias leis, cartas régias, avisos e ordens que se acham nos livros da Secretaria desta Capitania de Minas Gerais, reduzidas por ordem a títulos separados”, volume anteriormente publicado pelo Arquivo Público Mineiro, em 1911.
Em 2011, lançou “Exercícios de pesquisa histórica”, premiado pela Academia Brasileira de Letras em junho de 2012. Nele, reuniu alguns ensaios importantes, entre os quais: O historiador, os arquivos e as novas tecnologias, Nas origens da seção colonial, Os secretários de governo de Minas Gerais e Provimentos de dignidades e de canonicatos na sé de Mariana.
Também de 2011 é a organização que fez, para publicação, dos documentos básicos do Cabido da Sé de Mariana (1745 – 1820), dedicando-se ainda a fixar seus textos e a assinar os estudos introdutórios.
Incansável, desde 2013, a convite do acadêmico Dom Walmor Oliveira de Azevedo, trabalha para editar os dez volumes sobre a história da Arquidiocese de Belo Horizonte. Três deles já vieram à luz.
Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Portuguesa de História e da Comissão Memória do Mundo, da Unesco, este é o confrade que agora nos dá a honra da sua companhia, na Academia Mineira de Letras.
De trato ameno, elegante e suave, o marido de Piedade, pai de Bárbara e avô de Miguel e Manuela atende, com louvor, aos principais pedidos formulados pelas academias de letras contemporâneas a quem deseja a elas associar-se: acredita na valorização da cultura, das artes e da educação como estratégias para a emancipação do povo; possui uma curiosidade insaciável, típica de quem sabe que tem sempre que aprender; protege seu espírito livre de preconceitos; reage contra qualquer tipo de discriminação; em atitude cosmopolita, preserva a mente aberta ao novo e ao surpreendente; aceita as diferenças, sem arrogância; mantém a escuta atenta ao outro e, finalmente, prefere o coração compassivo, que se alegra na convivência com os demais.
Sinta-se mais uma vez bem-vindo a essa irmandade leiga do século vinte e um, Caio.
Que você viva muitos momentos felizes entre nós.
Muito obrigado.
Rogério Faria Tavares – Jornalista, reitor do Programa Universidade Livre – Acadêmico da AML, ocupa a cadeira nº 8.